Carta de Repúdio a Nota Urgente da Direção Acadêmica da EFLCH.

Carta-Repúdio a Nota-Urgente da Direção Acadêmica da EFLCH.

Acredito estarmos em uma situação em que o melhor fórum para se tratar de questões estudantis passou ser mesmo o judiciário. Sim há prejuízo deliberado ao patrimônio público e é necessário que a sociedade em geral identifique seus autores. Talvez lá os diretores da universidade possam explicar com que pretexto foi colocado tapumes dentro de uma área limpa e plana do próprio campus.

Tapumes esses que normalmente são usados provisoriamente para separar um terreno onde estaria uma obra em andamento, da população em geral, já que exatamente pelo seu caráter provisório e descartável, um tapume é um material de construção de baixo custo e baixa qualidade, sendo feito normalmente de pinus laminado colado, temendo chuvas e intempéries, fato esse que levou a boa parte deste material estar totalmente apodrecido, caído ao chão devido a ventanias e já não cumprindo seu objetivo fictício de tampar o nada, separando-o de coisa alguma, e para piorar, repletos de cupins, esses sim, colocando em risco todo patrimônio de livros que os estudantes sequer tem acesso devido estarem encaixotados eternamente.

Ora, não há no local obra em andamento, nem previsão de seu inicio. Baseado em que, o dinheiro do erário publico foi desperdiçado nesse tipo de estratagema? Para passar ao público incauto, que haveria no local uma construção em andamento? Não senhores, não houve vandalismo. Não somos vândalos, bandidos, saqueadores ou outros adjetivos pejorativos que os valha. Como pode ser visto na “ação fartamente documentada”, não foi feito nenhuma destruição nem uma simulação de construção, foi feito uma construção precária com esses “madeirites”. Construção, diga-se de passagem, semelhante a que vive durante dezenas de anos, boa parte de nossa população e que certamente deve ser melhor local para estudar que em baixo das inexistentes árvores do campus, como já foi proposto cinicamente.

O perigo, senhores, não se encontra nos alunos bruscamente taxados de vândalos. Esses, são seres apaixonados, que sonham em se capacitarem de forma íntegra para que, em troca de uma das mais injustas remunerações do mundo civilizado, formem o futuro de nossa nação. O perigo se encontra na burocracia, onde cada filigrana é observada exaustivamente por autoridades instaladas, no intuito de covardemente se isentarem de qualquer responsabilidade. O perigo se encontra nessas pessoas que se entrincheiram em milhares de normas, que alimentam a vigilância entre seus gabinetes burocráticos. Onde qualquer brecha pode levar a rápida dilapidação do patrimônio publico. Normas essas que agem como os decrépitos tapumes da Unifesp, tampando o vazio das ações, a ineficiência e a falta de coragem pública, dos olhos do restante da população.

A esses senhores deixamos a nossa convicção que sua estratégia da intimidação policialesca “¡No pasarán!”.

Fraternalmente,

Comissão de Comunicação

19 pensou em “Carta de Repúdio a Nota Urgente da Direção Acadêmica da EFLCH.

  1. Por qual motivo esta carta não fez referência às fogueiras (inúteis, provocadoras) e as pichações no anfiteatro? Por que a derrubada de tapumes, pichações e fogueiras sequer foram objeto de análise em assembléia? Quer dizer, houve sim! Mas os alunos rechaçaram esta forma de “protesto”. Claro, não havia quórum mínimo e blá, blá, blá…

    Na última assembléia aprovaram “piquetes ainda maiores”. Vão botar o que além de cadeiras na porta de sala de aula? É demonstração de “força”, “birra”? Ou é chorume autoritário e coercitivo mesmo?

    Vocês respondem ao recrudescimento – esperado -, e em certa medida justo, com mais intransigência e barricadas! Patético! Maio de 68 já passou, viu?

  2. Quando eu vejo que entre as revindicações estão o aumento do número de ônibus fretados, eu me lembro que para poder assistir a última assembléia dos estudantes eu tive que, depois de um dia cansativo de trabalho, ir sentado do jeito que deu (com meus escassos 1,87 metro e cento e tantos quilos, sou um homem pequenininho, como os que lerem estas palavras podem notar!) nos degraus da porta de desembarque do ônibus (aquela do meio, onde há o elevador para os cadeirantes)..

    E esta é a vida: uns vão para o campus num ônibus branquinho, de uso exclusivo dos alunos, com ar condicionado e todo o conforto possível (e o que é melhor, as custas do erário), enquanto outros se digladiam todo santo dia com o povo pra poder ir muito mal acomodados dentro dos ônibus coletivos (e haja dinheiro pra pagar a condução!); enquanto acharmos que só porque somos alunos de uma universidade pública somos investidos de dotes superiores que merecem ser agraciados com privilégios bancados as custas de dinheiro público (dinheiro, muitas vezes, de pessoas que jamais tiveram ou terão a oportunidade de pisar em uma universidade) ,muita coisa não vai mudar em nosso campus. Ou se mudar, vai ser pra pior…

    • As aspirações individuais pouco importam para eles. Pois na imaginação dessa gente, ao fazer a matrícula no curso de humanas, você é tacitamente obrigado a ser “funcionário do mundo” e com isso pensar no coletivo antes de pensar em si próprio.

      Engraçado essa gente crer que a vida parará só porque estou “cursando humanas numa universidade federal”, imagino que daqui a alguns anos a faculdade estará do jeito que eles querem, a diferença é que não poderão aproveitá-la porque já serão passado. Imagino que cada um aqui seja razoável o suficiente para pensar a relação “custo x benefício” antes de se aventurar num curso cuja estrutura ainda carece de muitas coisas.

      Talvez esses “ideólogos de cartaz” queiram que as mudanças venham, necessariamente, pelas mãos deles, mas veja… o objetivo principal de toda essa confusão era o prédio, segundo explicações que, até que provem o contrário, me convenceram, simplesmente não houve interessados em construir. Bom, quem quiser refutar, a documentação é pública, basta consultar e, encontrando algo diferente que o diretor disse em assembleia, é só esfregar na cara dele na frente de todos os alunos, mas como isso não aconteceu, creio que tal justificativa por parte dele seja procedente. Posto isso, começa-se o processo novamente conforme manda a lei e enquanto isso se faz o quê? Fica paralisado? Quanto ao deslocamento, ótimo que haja fretado! Mas infelizmente para mim não serve por causa do deslocamento, mas se está sendo bem útil a outros, é isso que importa! Mas pensando um pouco… se o prédio será construído nos Pimentas, o problema do deslocamento sempre existirá porque a Dutra e a Ayrton Senna continuarão as mesmas, portanto, não dá para criar uma estrada exclusiva para os “alunos das humanidades da unifesp” que vá de São Paulo a Guarulhos sem trânsito algum, sendo assim, quem se matricula já sabe que o deslocamento não será fácil, portanto, caso continue no curso, estará concordando com tal coisa e não poderá se queixar por isso.

      Colocando de lado essas adversidades, o que muito me impressiona naqueles campus é a “proibição” de ser egoísta. Aos olhos dos “discentes socialistas”, pensar assim é coisa de “gente menor”, já que não se pode querer o melhor para si sem considerar o todo, pois caso você queira somente para si, estaria contrariando a “ideologia do microfone”, que só faz sentido quando o som da voz deles se propaga pela plateia durante as assembleias. A parte bacana desse blog é a oportunidade que se tem de realmente se expor pontos de vista daqueles que não possuem a oportunidade de falar ao microfone seja porque só consegue chegar após as palestras ou então porque simplesmente acha desnecessário ouvir aplausos ou vaias.

  3. E, afinal, se nos faltam condições estruturais para a nossa formação, o que diremos aos alunos (que, salvo engano, são mais de 100 – bem pouco, diga-se de passagem) do nosso campus que já se formaram??? Exigiremos que eles joguem seus TCCs no lixo??? Ou que rasguem seus diplomas (que a maioria, se não todos, já está usando para o exercício de suas profissões)??? E o que diremos aos que (como eu) estão para se formar esse ano??? Diremos que adiem o seu sonho de terminar o curso superior?? Que esqueçam qualquer possibilidade de, no ano que vem, estarem com seus diplomas na mão e poderem exercer uma profissão na área de sua predileção??? Estou no campus desde seu início, em 2007, e já perdi concursos públicos por não ter me formado no tempo devido (por razões de ordem privada, é bom lembrar), e não gostaria de perder outros que logo virão por ter que adiar a minha formação, uma vez que os professores já deixaram claro que não alterarão seu cronograma e farão uma possível reposição nas coxas (claro que todos, apesar da greve e de sua paralisação, não deixaram de receber seus salários, enquanto nós ..)

    • A facção não se preocupa com o seu problema porque muitos deles querem ficar lá por pelo menos 10 anos às custas do erário.

  4. Sou contra os piquetes que a galera da greve fez/faz, e contra a ideia que algumas pessoas tem da greve em si, já que não existe democracia na Unifesp. Ano passado eu estava na sala de aula quando o comando da greve entrou batendo panela para retirar os alunos, Porém, essa guerrinha de ego que o pessoal do site anti-greve está fazendo é extremamente ridículo. Fiquei com vergonha alheia de saber que essa gente frequenta a mesma universidade que eu, e age como se estivéssemos todos na quinta-série. Não existe união na Unifesp. Não existe o sentimento de fazer algo em conjunto pelos interesses de todos. Existe bagunça, revolucionários de quarto, acomodados, órfãos do Socialismo e etc. Como membro de uma Escola de Humanas eu me sinto envergonhado ao ver essas atitudes, porque embora não concorde com a maneira como a greve é feita na Unifesp, eu também sei que não vai ser tomando cházinho com o reitor que as coisas vão mudar. Alias, ouso dizer que nada mudará. Daqui um ano estaremos na mesma situação. Os grevistas que se formarão este ano não estarão na universidade, e nós teremos de receber outra leva de alunos sem o mínimo de estrutura. Eu quero me formar como todos ali, mas reconheço que temos uma vida universitária incompleta devido a falta de estrutura. Merecemos muito mais do que um campus incompleto, uma xerox péssima, precários meios de transporte e todos os outros pequenos e grandes problemas que enfrentamos na Unifesp. Então, o que fazer? Eu sinceramente não sei, mas ficar brigando pela internet é que não vai resolver nada.

    • Se sentiu qualquer tipo de constrangimento, então de certa forma você se julga melhor do que os outros. E outra coisa, não há briga aqui, o que se faz é colocar e ser colocado à prova, sou contra os modos de condução da greve e da ingenuidade de alguns que a encabeçam porque agem como marido traído (o último a saber), e serei contra até que me convençam do contrário, só isso. Quando houver uma REAL organização estudantil no campus que seja eleita pelo discente de humanidades de modo claramente institucionalizado e não por uma claque que age quando ouve o que quer, aí sim começarei a mudar minha opinião.

  5. Adriano Oliveira, cara do que você está falando? Não sabe que o CEU onde ocorre boa parte das aulas, não cederá mais seu espaço? Onde você sugere que os alunos devam ter aulas? Em baixo de arvores? Que as vagas dos cursos disponíveis da Unifesp Guarulhos só conseguem ser preenchidas após muitas chamadas? A Universidade perde as melhores cabeças devido seu estado precário e falta de infraestrutura. E apesar disso, você ao invés de lutar por uma condução (e condição) digna para todos, TODOS! inclusive a população em geral. Você quer precarizar, socializar a desgraça? Grande Adriano de 1,90 m e não vê aí de cima que a própria população não está indignada com o ônibus disponibilizado aos estudantes, é um gasto pra lá de nobre do erário publico e você, sabe-se lá porque cargas d’agua, está mais preocupado com isso do que o restante da população. E sabe porque ninguém liga para esses “privilégios”? Pergunte quantos alunos da Unifesp tem pais universitários, poucos, muito poucos, porque hoje, os filhos dos mais humildes estão conseguindo frequentar uma universidade. Alem do mais, deveria ser normal ter ar condicionado e ótima qualidade de transporte publico em um país tropical e nem tão pobre como o Brasil.
    Você diz que os alunos que conseguiram se formar deveriam então rasgar o diploma uma vez que estudaram em uma universidade sem condições estruturais como alegam os grevistas. Não cara! Eles devem receber o diploma junto com uma medalha de heroísmo, por conseguirem se formar apesar de toda adversidade. Por fim o Adriano, do alto de seus 1,95 m acredita que os professores que em boa parte foram solidários a greve, são uns sacanas que só pensam e f…. os alunos e o que é pior…receberem para isso. Já eu, penso que um cara com 2,00 m como você, não deveria pensar tão baixo, tão mesquinho.

  6. Adriano Oliveira, cara do que você está falando? Não sabe que o CEU onde ocorre boa parte das aulas, não cederá mais seu espaço? Onde você sugere que os alunos devam ter aulas? Em baixo de arvores? Que as vagas dos cursos disponíveis da Unifesp Guarulhos só conseguem ser preenchidas após muitas chamadas? A Universidade perde as melhores cabeças devido seu estado precário e falta de infraestrutura. E apesar disso, você ao invés de lutar por uma condução (e condição) digna para todos, TODOS! inclusive a população em geral. Você quer precarizar, socializar a desgraça? Grande Adriano de 1,90 m e não vê aí de cima que a própria população não está indignada com o ônibus disponibilizado aos estudantes, é um gasto pra lá de nobre do erário publico e você, sabe-se lá porque cargas d’agua, está mais preocupado com isso do que o restante da população. E sabe porque ninguém liga para esses “privilégios”? Pergunte quantos alunos da Unifesp tem pais universitários, poucos, muito poucos, porque hoje, os filhos dos mais humildes estão conseguindo frequentar uma universidade. Alem do mais, deveria ser normal ter ar condicionado e ótima qualidade de transporte publico em um país tropical e nem tão pobre como o Brasil.
    Você diz que os alunos que conseguiram se formar deveriam então rasgar o diploma uma vez que estudaram em uma universidade sem condições estruturais como alegam os grevistas. Não cara! Eles devem receber o diploma junto com uma medalha de heroísmo, por conseguirem se formar apesar de toda adversidade. Por fim o Adriano, do alto de seus 1,95 m acredita que os professores que em boa parte foram solidários a greve, são uns sacanas que só pensam e f…. os alunos e o que é pior…receberem para isso. Já eu, penso que um cara com 2,00 m como você, não deveria pensar tão baixo, tão mesquinho.

    • Expressivo o numero de contrarios a greve. Entrei no tal blog. Nuncavi nada igual. Esvaziado de conteudo e ainda, quando escrevem, nada dizem, totalmente descolados da realidade PRECÁRIAS, inclusive apontadas no relatorio dos proprios DOCENTES!

      Alienação que os colaca no pequeno grupo dos “Menininhos sem noção” (todo ser humano passa por esta fase, faz parte, ainda tem recuperação) ou no restrito grupo dos que não tem mais jeito: “Meninos escrotinhos”?

      Eis a questão!

      Filosofia (práxis)

      • Ah amigo, quanta amargura nesse seu coração socialista de “materialismo dialético” ahahahahah

  7. Eu só ataco os professores porque sei que nesta e nas outras greves foram eles (não todos, felizmente) os que mais impuseram óbices e causaram prejuízos aos movimentos conduzidos pelos alunos em busca de melhorias para nosso campus… Ou será que andamos com o esquecedor aberto e não lembramos o fato de que em 2010 só faltou nos prostituirmos pra que os professores arranjassem um jeito de repor as atividades perdidas com os quase 60 dias de greve (que foi greve mesmo, não essa palhaçada que está aí desafiando nossa paciência e nosso bom-senso) e não nos reprovassem, seja por falta, seja pela não-entrega de atividades propostas no cronograma??? Sempre foram os que, mais do que qualquer “menininho sem noção”, pelejaram pra que tudo permaneça na mais santa ordem e agora que a água lhes bate na bunda querem posar de salvadores da lavoura…

    Para os que adotaram esta postura execrável (que, pelo menos, não foram todos os professores), somente digo: “Eu não nasci ontem, meus senhores; um pouco de ética e de hombridade lhes cairia muito bem!”

  8. E ainda digo mais: por que, apesar de isto ser fundamental para as nossas aspirações a uma universidade melhor, não estamos mais sequer discutindo (que dirá lutando) o fato de que os alunos não estão devidamente representados no conselho que gere a universidade??? Queremos empurrar nossas aspirações goela abaixo do reitor e esquecemos que ele irá escudar sua inópia administrativa no CONSU onde temos uma representação apenas figurativa??? Não seria mais do que hora de lutarmos para ter voz na administração desta universidade??? Ou, pelo menos, de fazer com que aqueles que nos representam ali possam de fato levar nossas aspirações a este bendito conselho??? O único que mostrou um pouco de disposição e de atitude pra fazer isso foi completamente escanteado apenas pelo fato de pertencer a um partido político que é antagônico aos intresses dos sábios colegas que, por estarem engajados no movimento estudantil, ou nos movimentos sociais, sempre sabem o que é melhor para nós… E, apesar disso, eu digo sem medo de errar que o que este colega tentou fazer pela universidade no tempo em que foi membro do CONSU muita gente não fez pela própria mãe durante toda a sua vida..

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