Reocupar a diretoria acadêmica

Depois de mais de sessenta dias de greve, a reitoria da Unifesp tem se mostrado intransigente com o movimento estudantil. Nega-se a abrir negociações e atender as pautas de reivindicações que, entre outras coisas, contêm a construção de um prédio e melhorias nas condições de ensino e permanência. A reitoria, inclusive, se negou até mesmo a comparecer em uma mera audiência pública na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp).

Em primeiro lugar, esta atitude mostra que os dirigentes da universidade estão em total oposição à maioria da comunidade universitária que há anos aponta que as condições atuais da EFLCH são insuficientes e, que a política levada adiante pelas seguidas gestões, estão inviabilizando a continuidade das atividades acadêmicas.

Em segundo lugar, esta intransigência da reitoria precisa ser debatida pelo movimento estudantil que deve, no marco desta luta que vem sendo travada, superar esse quadro, ou seja, impor uma derrota à reitoria e fazer com que seus direitos sejam atendidos.

Porque ocupar

Nesta greve, já tivemos a experiência de uma ocupação e ela deixou várias lições. Mostrou que a ocupação é um método muito mais contundente de pressionar a reitoria, que entrou em um verdadeiro estado de pânico com a atitude dos estudantes e tentou de todas as formas retirar as pessoas da diretoria acadêmica.

Isto ocorre por diversos motivos.

Um deles é o fato de que a greve estudantil, embora já seja um ato político importante conduz, inevitavelmente, os estudantes a certa dispersão. Os estudantes pelo “simples” fato de estarem parados não geram nenhum prejuízo material para a universidade. Diferente de uma greve operária em uma fábrica onde a paralisação da produção se traduz em perdas financeiras.

Por isso, em uma greve de estudantes um dos aspectos fundamentais são as manifestações que ou questionam o regime de poder ou dão visibilidade para o movimento como, por exemplo, atos de rua.

A ocupação por sua vez, também significa que parte da própria administração da universidade passa temporariamente para a mão dos estudantes, o setor mais progressista da comunidade acadêmica. Desta forma, a ocupação é, ao mesmo tempo, uma forma de pressão sobre a burocracia universitária e, no caso da greve da Unifesp, o início de um debate sobre as verdadeiras raízes dos problemas como a falta de políticas de permanência, infraestrutura precária, normas ditatoriais contra a atividade política dos estudantes etc.

Por outro lado, a ocupação também ajudaria a romper o cerco montado pela grande imprensa que não noticia nosso movimento para poupar a prefeitura de Guarulhos, dirigida pelo PT, às vésperas das eleições municipais.

Ocupar quando?

A ocupação é, antes de tudo, uma necessidade do movimento. Não se trata de um mero desejo de um grupo de pessoas. A ocupação seria uma grande resposta contra a reitoria que, cada vez mais, vem buscando minar o movimento e, inclusive, claramente buscando influenciar até mesmo estudantes. Na última assembleia, por exemplo, a diretoria acadêmica de Guarulhos, montou toda uma operação para acabar com a greve. A operação incluiu, entre outras coisas, carta endereçada à casa dos estudantes, disponibilização de ônibus até mais tarde para garantir a presença dos antigreve (curioso é que não notamos a mesma disposição de superar os problemas de acesso em época de aula!), pressão dos professores, entre outras coisas.

Neste sentido, pedir calma e postergar de forma ininterrupta a ocupação da diretoria acadêmica é dar força para a reitoria que, livre da pressão da ocupação da diretoria, pode articular mais facilmente o fim da greve com os professores e alunos que concordam com ela.

Por isso, é preciso reocupar a diretoria o mais rápido possível, na primeira oportunidade em que isto for possível. A ocupação não é uma maneira de garantir a greve e impulsionar o movimento. Trata-se do caminho natural de um movimento que, desde o seu primeiro dia, vem superando diversos obstáculos e ameaças e, em mais de dois meses, derrotou seus inimigos um a um.

A.L.M., estudante da Frente Cinco de Maio

10 pensou em “Reocupar a diretoria acadêmica

  1. Ridículo… totalmente ridículo, a começar por esse trecho:

    “Os estudantes pelo “simples” fato de estarem parados não geram nenhum prejuízo material para a universidade. Diferente de uma greve operária em uma fábrica onde a paralisação da produção se traduz em perdas financeiras.”

    E o prejuízo aos próprios estudantes, não conta? Quer dizer que a ordem do dia para essa gangue é causar a maior baderna possível, com danos inclusive ao patrimônio público? Sem contar que esses infelizes querem criar uma administração que só existiria em suas mentes entorpecidas pelo álcool ou então por algo ilicito, pois ocupar o espaço físico ilegalmente, além de causar transtorno, não fará com que eles administrem o orçamento diretamente, portanto, é uma mera falácia deles. Para mim, esse tipo de publicação chega a ser apologia a violência e dá cada vez mais descrédito a esse pseudo-movimento, o mais incrível é que simplesmente já não há mais cabeça pensante nesse movimento grevista, basta ver pelos últimos comentários, estão reduzidos a um automatismo que mais se assemelha às “máquinas” do que aos “operários”.

    Aos meus olhos, isso é apenas uma atitude desesperada de alguns que temem pelas consequências desse caos promovido gratuitamente, tomara que as pessoas que realmente encararam a paralisação estudantil como algo sério e justo repudiem tal manifesto proposto por alguns que possuem interesses que de longe se alinha ao do discente. Esse grupo está sendo tão estúpido em suas considerações que simplesmente dá motivos de sobra para se colocar fim a essa paralisação, a parte positiva (se é que tem uma) é ver que esse lixo de manifestação se dissocia de qualquer estudante do campus, seja ele grevista ou não.

    • Ah vai ocupar o barraco do capivara e dos discipulos ignorantes dele.Bando de gente desocupada… vocês são a vergonha da unifesp, do Brasil.

      • A ocupação é algo tão legitimo e funcional que está acontecendo em uma porrada de federais pelo país, basta fazer uma pesquisa rapida no google ou até mesmo nesse blog. na federal de ouro preto pra quem não sabe, ouve uma ocupação por parte dos PROFESSORES, ou seja, é tão legitimo e funcional que até os professores reconhecem isso, com exceção de um monte que não enxerga além do próprio umbigo. Estão acontecendo um monte de ocupações pelas federais do pais, e nesse momento com uma ocupação, apoiada por todas as outras ocupações da diversas federais do país e em um momento em que a instituição unifesp também declarou greve, será o momento que conseguiremos garantir a nossa pauta, no momento essa é a forma mais viavel de garantirmos nossa pauta, vamos ocupar que agora agente consegue algo e logo se encerra essa greve, mas, que se incerre com nossa pauta atendida ao invés de somente prejuízo. viva a greve, movimento legitimo, apoiemos a ocupação, ferramenta funcional e necessaria nesse momento.
        Estou aqui para construir e não para ficar com birrinha como muitos professores que mostram isso através de atitudes e muito mesnos como algumas crianças grandes que nem argumento tem e só vivem de fazer birra nos comentarios do blog, viva a greve!!!

      • José Henrique, o que você expressa dá a entender que as pautas desse grupo que ocupou a diretoria em Guarulhos e os demais são as mesmas, algo que sabidamente não condiz com a realidade. E quanto a você estar aqui para construir, bom, aviso-lhe que: a) você não é o único estudante do campus que está lá com esse propósito, logo, a primeira coisa que você DEVE fazer é respeitar a multiplicidade e opiniões, do contrário se transformará no objeto abstrato tão criticado por vocês (autoritarismo, repressão, etc.); b) primeiro é preciso ter bem posto o que vem a ser “construir” e, admitir, tal qual o item anterior, que há várias abordagens para esse termo, algo que provavelmente esse grupo não considera. c) o ponto principal, legitimidade de ação não se dá pelo objeto, mas sim pelo meio utilizado para atingi-lo, é comum muitos lá no campus fazerem tal confusão, mas saiba você que o objeto da reivindicação tem apoio quase unânime entre os discentes, isto é, o problema é que tal legitimidade acerca do que se é reivindicado não se reproduz da mesma forma acerca dos expedientes que são utilizados visando a tal fim.

        Para constatar o que disse acima, basta observar os textos postados por quem gerencia esse site, encontram-se contradições gritantes acerca do objeto de reivindicação, enquanto uns preocupam-se com o prédio, outros se focam no jargão “48 estudantes processados”, a coisa ficou tão absurda que os comentários feitos (por anônimos ou não) nesse Blog têm mais relevância do que os textos propriamente ditos.

  2. hahahahahahaha

    isso está cada dia pior.
    bando de lixo, conseguiram fazer com que a greve perdesse o sentido.! vcs todos são péssimos.

  3. Infelizmente, esses infantilóides conseguiram dominar os comentários e acredito que a maioria das pessoas já não perde tempo lendo eles. Uma pena, poderia ser um local de discussão

  4. Viva a revolução unifespiana pela redenção da educação universitária mundial, fazemos parte da história e somos notícias de jornal, somos a “REVOLUÇÃO”, viva Marx, Che, Stalin e Lenin, está lindo essa revolução unifespiana, lindo maravilhosa salve, salve, viva a república da unifesp. Acordei, foi um sonho, mas para esses estúpidos, o sonho é a realidade, é matrix então, existe matrix. Estão ocupando o quê, estão conseguindo o quê? a sei direito de não estudar, esqueci existe esse direito.

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