Nota sobre a reocupação da Diretoria Acadêmica e do campus Guarulhos

Um movimento nacional toma as universidades e ruas deste país. A mobilização se amplia a cada dia. Os docentes na sua luta por um plano de carreira, melhores condições de trabalho e cumprimento do acordo de 2011 deflagram greve nacional. Estudantes também estão se mobilizando evidenciando o problema estrutural das universidades federais, sendo o REUNI a expressão mais genuína dessa crise, decorrente de uma expansão sem verbas suficientes nas IFES. Mais de 47 instituições entram em greve, diversas ocupações ocorrem em diretorias e reitorias. A nossa luta, iniciada há mais de 60 dias, hoje, ganha mais força e horizontes cada vez mais amplos.

Recentemente, a tentativa da Diretoria e da Reitoria de aparentar algum avanço na pauta de reivindicações não teve sucesso por não apresentar uma resposta concreta à pauta de reivindicação que tem 24 pontos, dos quais foram mencionados apenas três– sendo que o quarto item, aluguel do galpão que já estava previsto antes da greve dos estudantes.

A “Carta repúdio à violência” de uma parcela dos professores, documento este discutido e não aprovado em assembleia docente, reforça o discurso de criminalização do movimento estudantil, num contexto em que são deliberadas pela Congregação do Campus abertura de sindicâncias com intenção de punir estudantes do movimento grevista, ou seja, punir de forma mais “branda” até a possibilidade de expulsão sumária, prevista no regime Estatutário da UNIFESP. Estas ações antidemocráticas são contrárias à mobilização política na universidade.

Os estudantes, reunidos em Assembleia Geral, nesta 5af, 24/05, por volta das 22 horas, deliberaram, em claro contraste visual, e por ampla maioria (quase unanimidade, alguns votos contra e poucas abstenções), a imediata ocupação da Diretoria Acadêmica e de todo o campus.

Assim, realizamos um amplo chamado a todos os estudantes, funcionários, docentes, trabalhadores e população para que venham ao campus e ocupem o mesmo, trazendo barracas,colchões e boas ideias.

COMUNICAÇÃO DA GREVE COM OCUPAÇÃO

 

10 pensou em “Nota sobre a reocupação da Diretoria Acadêmica e do campus Guarulhos

  1. “A “Carta repúdio à violência” de uma parcela dos professores, documento este discutido e não aprovado em assembleia docente, reforça o discurso de criminalização do movimento estudantil, num contexto em que são deliberadas pela Congregação do Campus abertura de sindicâncias com intenção de punir estudantes do movimento grevista, ou seja, punir de forma mais “branda” até a possibilidade de expulsão sumária, prevista no regime Estatutário da UNIFESP. Estas ações antidemocráticas são contrárias à mobilização política na universidade.”

    A carta repúdio não reforça a criminalização do movimento estudantil. Ela reforça que a comunidade acadêmica está se opondo as ações truculentas do comando. O que isso significa? Não tem a ver com a ocupação da diretoria acadêmica, muito menos à greve em geral. Está relacionada ao modo como alguns membros do comando de greve agiram: agressão física e moral a estudantes e professores, depredação do prédio público (pichações, portas danificadas, fechaduras arrombadas e buracos em poucas paredes).

    É óbvio que ninguém invade uma reitoria ou diretoria sem danificar a fechadura, porém, os atos violentos são imperdoáveis. E esses atos surgiram primeiramente por parte do comando de greve. Muito antes da assembléia que ocorreu no anfiteatro, um aluno da filosofia – que todos nós sabemos quem é – agrediu, com mais 3 membros, um aluno por mexer no piquete. Após esse período, houve a falácia de agressão a mulheres, no caso do Julio. Em terceiro, o caso machista que o comando de greve ressalta. Mas em nenhum momento, o comando de greve assumiu publicamente a agressão da garota que filmou o “grande” numero de estudantes que votaram a ocupação. Não filmaram a professora Ana Nemi tendo crise asmática.

    É muito fácil vocês do COMANDO DE GREVE falarem em criminalização, sendo que os crimes que foram cometidos por vocês mesmo são ocultados. Nenhuma carta é escrita com base na abstração extraordinária dos professores. Há fatos de violência por parte do COMANDO DE GREVE que são inegáveis.

    “Os estudantes, reunidos em Assembleia Geral, nesta 5af, 24/05, por volta das 22 horas, deliberaram, em claro contraste visual, e por ampla maioria (quase unanimidade, alguns votos contra e poucas abstenções), a imediata ocupação da Diretoria Acadêmica e de todo o campus.”

    No que diz respeito à ampla maioria. Ontem tivemos 200 pessoas num campos com mais de 2 mil alunos. Vocês podem indagar: mas é impossível que todos compareçam – nesse ponto eu concordo. Contudo, não podemos falar que esse número era legítimo sendo que nas ultimas assembleias o numero de estudantes variaram de 800 a 1000 alunos.

    Uma dica para o COMANDO DE GREVE: quanto mais truculência vocês imprimirem nas assembleias os problemas reais das Federais ficarão em segundo plano e a coerção sobre o coletivo de estudantes ganhará o primeiro plano. A coerção, nesse sentido, está sendo mais sentida e percebida, do que os problemas em si.

    Ninguém concorda com a situação atual, porém, a forma como o COMANDO DE GREVE tem levado essa greve está caindo no desgosto da maioria.

    Agora, eu gostaria que alguém aqui se manifestasse e me mostrasse quais as reais vitórias nesses 60 dias! Porque a própria invasão nos diz o contrário: nenhuma vitória foi obtida até o momento e a invasão se impôs como última medida desesperada de solucionar um problema de longa data. O diálogo inexiste, por culpa dos dois lados. O COMANDO DE GREVE que não tem estratégia de acordo, que impõe mais do que dialoga; que não mede as prioridades (o que não se deve abrir mão de jeito algum e lutar até o fim) e as partes secundárias (o que poderia ser fruto de negociações futuras menos emergenciais).

    Por outro lado, a dominação da reitoria e do próprio campus de São Paulo que se opõe sempre a qualquer mudança na estrutura da, então falida, EPM. A hierarquia é nítida, o conservadorismo idem. O diálogo é complicado, os tramites demorados.

    Com toda essa problemática, o COMANDO ainda vai agir truculento ou vai parar e pensar. O inimigo não é o de dentro, não é o professor, o aluno que possui uma concepção contrária da parte extrema do COMANDO DE GREVE. Dar direito a outras formas de organização, mesmo reformistas, e excluir essa construção do “está se organizando sem somar com o COMANDO é inimigo, é anti greve, é pelego, fascista”, é fundamental.

    O movimento anti greve sempre surgiu na UNIFESP por uma questão de representação. As pessoas não se sentem representadas nem parte de um todo. Se a sua concepção não é marxismo – desculpem-me – mais chulo, você é fascista. Ignoram qualquer outra forma de manifestação. Acho que o conceito de fascista cabe na atitude do próprio COMANDO em não aceitar outras formas de pensando e luta que possam somar na solução de alguns problemas da UNIFESP.

    Enfim, é só um diálogo saudável da minha parte, de expor o meu ponto de vista e interpretar a posição de alguns membros do COMANDO DE GREVE fora das assembleias, em que alguns membros possam pensar sem o calor das emoções.

    Grato!

  2. “Assim, realizamos um amplo chamado a todos os estudantes, funcionários, docentes, trabalhadores e população para que venham ao campus e ocupem o mesmo, trazendo barracas,colchões e boas ideias.” QUANTO MAIS GENTE MELHOR NÉ?? JÁ QUE SÓ A QUADRILHA DO CAPIVARA NÃO CONSEGUE OCUPAR NEM O BANHEIRO DIREITO….

    MOVIMENTO ???? ISSO SE CHAMA BANDIDAGEM!!!

  3. POLICIA NO CAMPUS!!!! JÁ!!!!!!!

    POLICIA!!!!!!!!!!!!!

    POLICIA!!!!!!!!!

    POLICIA!!!!!!!!!!!!!!

    PRENDAM ESSA QUADRILHA DO CAPIVARA, REGINALDO, ENTRE POUCOS OUTROS

  4. Não esqueçam de convocar os camaradas professores do curso de sociais. Eles tb fazem parte, mesmo que por processo de indução, desta greve irresponsavel. Pq vcs acham que eles nao querem punições. Hhhh

  5. Algumas considerações…

    Há duas coisas que há nesse movimento e que me incomoda e, concomitantemente, me impressiona: a primeira é a capacidade que alguns têm de se doer pela opinião alheia. Basta ter um pensamento diferente e pronto, já se é motivo de qualquer tipo de ataque, a intolerância ideológica no campus Guarulhos chega a ser equiparada, em muitos casos, aos movimentos ditatoriais dos quais essa gente mesmo critica, hipocrisia? Não… para mim é pura falta de senso de ridículo, a começar pelos que acreditam na universidade com dimensão à parte do mundo, onde leis básicas de convívio não possuem a menor validade. Vejo por lá muitos tomando para si um ar civilizado, porém, na menor sombra de questionamento, o que se vê é uma bestialidade que emana dos lados mais instintivos do ser. Como se, de alguma forma, o terreno físico fosse um mero território onde o sentimento animalesco de posse exige que seja demarcado e, principalmente, DISPUTADO seja por quais meios for.

    a segunda seria uma constatação do quão esse campus reflete com precisão cirúrgica a sociedade em que vivemos, basta olhar a ânsia que uma classe dita “oprimida” tem por qualquer tipo de enfrentamento. Se a exposição de nossas falhas nos conduz à correção e à aceitação de que não somos tão bons quanto imaginamos, vê-se no campus, principalmente dentre os extremados, que ter o pensamento desnudado pelo ponto-de-vista alheio é o mesmo que sofrer uma calúnia ou até males piores. Parece-me que o engessamento ideológico, este que impede se coloque o próprio pensamento à prova de novas ideias, faz com que prevaleça tão somente um comportamento intimidatório de grupo no qual o critério é puramente binário.

    Além do mais, é notória a aversão que se tem por lá de “vamos tentar extrair o melhor a partir do que temos”, pois a sensação de inferioridade social (principalmente me relação aos outros campi) condiciona uma mente pouco aberta ao pensamento alheio a cogitar tal proposição como um mero “conformismo”. Cito também a flagrante hipocrisia enraízada por muitos ao querer impor um discurso que simplesmente não corresponde ao que de fato acontece, basta ver que “almejar ao melhor para si” é visto como atitude reprovável e digna de total repulsa pelos que se acham “credenciados” a classificar o que presta ou não. Mas esses mesmos que criticam por essa via, esquecem-se de que cada integrante do campus responde tão somente pela sua própria vida e por seus desdobramentos. Porém, é bem mais fácil abrir mão de tal autonomia porque ao assumi-la, assume-se também um compromisso de trabalhar para o cumprimento desse projeto que não vai (e nunca irá) além do domínio pessoal. E quem pensa o contrário, isto é, aquele que se vê suficientemente “capaz” de decidir pelo alheio, vê sua ideia malograda por um mero “comentário” de blog. Por isso fico impressionado, alguém se sentir “ofendido” por palavras de desconhecidos que, na maioria esmagadora dos casos, sequer são direcionadas à individualidade espaço-temporalmente circunscrita, mas sim a uma ideologia que revela grotescos traços de falibilidade, mesmos aos olhos de alguém não vinculado às áreas do puro pensar (Filosofia, História e Ciências Sociais, por exemplo).

    Metaforicamente: peçamos a um extremado, pode ser aquele mais bem-sucedido financeiramente, que aponte o dedo à “precarização da educação” e discurse fervorosamente para sustentar tal ideia e dissuadir os que pensam o contrário, mesmo assim, é de se pensar, pelo menos que, ao apontar o dedo para um tipo de precarização, ver-se-á outros três dedos apontados para um típico específico, nocivo e totalmente retrógrado de uma também “precarização de educação”, é dessa que falo. Pois não acredito que a decência, a tolerância e a humildade ao reconhecer-se como intelectualmente limitado e, portanto, passível de erro…enfim, não acredito que tal lacuna seja resolvida com prédio novo, mais ônibus ou um prato com “caviar”. Por isso, penso que uma visão impositiva de “um mundo melhor” expressa muito mais o egoísmo e a fraqueza pessoal do que uma real vontade de contribuir para a sua própria melhoria e de seus colegas de graduação, que em muitos casos padecem tanto quanto, mas procuram aperfeiçoar a partir daquilo que se tem. Sem contar que tal pretensão, aos olhos do tempo, não será mais do que isso… uma pretensão.

      • Os docentes entram em greve, o MEC dá um reajuste salarial, eles voltam e serão um pouco melhor remunerados… agora e vocês, o que vão ganhar? Porcaria nenhuma! Então pare de falar como se a paralisação docente fosse algo que lhe dissesse respeito diretamente e continue pintando cartazes.

      • Consegue – se perceber como vocês estão ocupados agora: 8:30 hs café da manhã; 10:00 limpeza. Não sobra nem tempo de ir à feira ou será que vocês contrataram uma diarista para fazer o serviço ?. Imagino que deve ser uma experiência nova para vocês esquentar o leite sem derramar.

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