Apoio militante à ocupação da Diretoria Acadêmica da Unifesp Guarulhos.
No dia 3 de Maio, em plenária do Comando de Greve dos estudantes da Unifesp, foi aprovada a ocupação da Diretoria Acadêmica. Essa ação foi posta em prática devido ao entendimento do movimento de greve de que a Congregação – espécie de parlamento do Campus presidida pelo diretor – ataca o movimento quando exige a abertura de sindicâncias contra os estudantes em luta.
A Congregação passa por cima da Pró reitoria de Assuntos estudantis (PRAE), que no mesmo momento em que a Congregação aprovava a repressão ao movimento, dizia aos estudantes que esses casos não seriam resolvidos por meios policiais, jurídicos ou disciplinares. Fica clara com isso a falácia proferida pela direita do Campus, da defesa da “democracia” e o combate à “violência” ou o “fascismo” atribuído aos lutadores, sejam de que categoria for.
Essa mesma direita é a que defende a saída do Campus da periferia, que defende o fim dos piquetes, que quer abrir sindicâncias, que quer aterrorizar os calouros para desmobilizar o movimento, que fura a greve, que faz provocações e ameaças para desagregar e romper a unidade. São esses setores que devem ser combatidos firmemente.
É nesse ponto tático que o movimento grevista é empurrado para um avanço no seu método e ocupa a Diretoria Acadêmica. Essa ocupação põe a nu o caráter privatizante, mercadorizado, precarizado do REUNI e do projeto burguês de educação no Brasil e no mundo como um todo. Põe a nu pois escancara as contradições que surgem nesse processo, expõe os setores descontentes com esse estado de coisas, e os limites do diálogo institucional – que acontece de cima para baixo, com respostas secas e negativas. Além disso, mostra o endurecimento do governo Dilma, como resposta a crise de superprodução que o Capital passa no mundo todo – e no Brasil não tem porque ser diferente, como se vê no Ascenso de greves operárias, estudantis e do funcionalismo.
Todas as alternativas de diálogo foram usadas, desde a pauta de reivindicações entregue na reitoria por um estudante delegado, a entrega da pauta para o diretor acadêmico, audiência pública com o diretor, entrega da pauta para o reitor em ato – recepcionado pela tropa de choque. No entanto, há sempre a resposta negativa já exposta.
Isso não deixou outras alternativas ao movimento, a não ser uma maior contundência em suas exigências. Que continuam as mesmas, a saber, que haja negociação da pauta de reivindicações com o reitor da Unifesp.
O Partido Comunista Brasileiro apoia o movimento estudantil combativo e suas lutas, entendemos que os métodos usados foram discutidos na base e aprovados democraticamente no comando de greve. Não se trata de uma ação oportunista ou aventureira, mas sim de uma articulação tática surgida no seio do movimento, trazida à prática pela compreensão coletiva de que as vias utilizadas já haviam se esgotado e que a ocupação era necessária para a conquista efetiva da pauta de reivindicações dos estudantes em luta na Unifesp.
Todo apoio à ocupação da Unifesp
Ousar lutar, ousar vencer!