Professores em GREVE!!!

Professores da Unifesp aderem à greve nacional; pelo menos 40 universidades estão paradas

Do UOL, em São Paulo

Professores de cinco campi da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) decidiram entrar em greve nesta terça-feira (22) – apenas os professores de Guarulhos não aderiram à paralisação. A decisão foi tomada durante assembleia geral e faz parte do movimento nacional de paralisação das universidades federais. Os professores da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) também decidem hoje se vão aderir à greve. Até o momento, 40 universidades estão paradas, além de 3 institutos federais.

Segundo Virgínia Junqueira, presidente da Adunifesp (Associação dos Docentes da Unifesp), os professores de Guarulhos participam das mobilizações, mas ainda não aderiram à paralisação porque os alunos da unidade estão em greve há mais de dois meses. A próxima assembleia geral está marcada para o dia 29 de maio. Os campi paralisados são: Baixada Santista, Diadema, Osasco, São José dos Campos e São Paulo.

Segundo o Andes-SN (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior), a categoria luta pela reestruturação da carreira de docente e por melhores condições de trabalho.
Na UFF (Universidade Federal Fluminense), os professores entram em greve hoje. Uma assembleia está marcada para as 14 horas no auditório da Faculdade de Educação para traçar os rumos do movimento grevista. Às 16 horas, os professores fazem manifestação na Praça do Araribóia, em frente à Estação das Barcas em Niterói.
Já na UFPB (Universidade Federal da Paraíba), mais de 40 mil alunos estão sem aula também desde o dia 17. A reitoria reconhece a forte adesão da greve (em torno de 90%) nos quatro campi da instituição.
Na UFPI (Universidade Federal do Piauí), segundo o presidente da Aduf-PI (Associação dos Docentes da Universidade do Piauí), Mário Ângelo Meneses, a greve atingiu todos os cinco campi.
Segundo a Associação de Docentes da UFRPE (Universidade Federal Rural de Pernambuco), a greve tem adesão de 95% dos professores na instituição e paralisa aulas nos três campi.
A UFMA (Universidade Federal do Maranhão), por sua vez, está com 80% dos docentes parados, segundo a associação de professores.
Já na Ufal (Universidade Federal de Alagoas), há pautas locais. As duas principais são: falta de segurança nos campi de Maceió e Arapiraca (que ficam ao lado de presídios e são alvos constante de invasões de presos em rota de fuga) e luta pela não terceirização dos serviços do Hospital Universitário.
Na UFV (Universidade Federal de Viçosa), segundo a presidente do comando local da greve Márcia Fontes Almeida, há mil docentes divididos nos campi Viçosa, Rio Paranaíba e Florestal. No dia 15 deste mês foi feita uma assembleia entre 200 professores e 183 declararam serem a favor da paralisação.
Na UFU (Universidade Federal de Uberlândia), a situação é parecida. De acordo com o presidente do comando local, Antônio Cláudio Moreira Costa, 50% dos 1,8 mil professores do ensino básico e superior dos campi de Uberlândia, Pontal do Triângulo Mineiro e de Patos de Minas aderiram ao movimento.
Em Juiz de Fora, a greve na UFJF (Universidade Federal de Juiz de Fora) começou nesta segunda.Os professores da UFTM (Universidade Federal do Triângulo Mineiro), em Uberaba, aderiram ao protesto na quinta-feira (17).
a Ufop (Universidade Federal de Ouro Preto), a greve gera grande mobilização de docentes com apoio de alunos desde quinta-feira. De acordo como o presidente da seção sindical, David Pinheiro Júnior, são 600 professores na instituição e adesão é de quase 100%. A UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), por sua vez, não aderiu à greve pelo fato de seus professores não estarem filiados à Andes-SN, o sindicato nacional da categoria.
Os professores da UFRJ podem se juntar aos da UFRRJ (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro), que cruzaram os braços no último dia 17. Segundo o movimento grevista, a adesão é de 90% dos profissionais de educação.
A UnB (Universidade de Brasília) entrou em greve nesta segunda-feira. Há pautas locais, tais como melhoria da infraestrutura e das condições de trabalho. A reitoria da instituição diz que não se coloca “nem contra, nem a favor” do movimento.
Na UFMT (Universidade Federal do Mato Grosso), todos os professores estão parados, afirma a associação dos docentes. Em Cuiabá, afirma o órgão, 93% deles estão sem trabalhar desde o dia 17.
Já na UTFPR (Universidade Federal Tecnológica do Paraná), professores dos campi de Curitiba, Apucarana, Campo Mourão, Francisco Beltrão, Londrina e Ponta Grossa entraram em greve por tempo indeterminado. A adesão é maior na capital, onde nesta segunda-feira (21) 80% das aulas não aconteceram. A UTFPR diz que a adesão à greve não é total, mas não tem estimativa de quantos professores trabalham nos campi. Para a reitoria, a greve é um “direito dos professores”. Ao menos por enquanto, não há previsão de suspensão do calendário escolar.

Moção de apoio da CSP-Conlutas

Moção de Apoio

A CSP-Conlutas faz parte da luta de todos os estudantes por um ensino de qualidade, que compreende, desde bons professores, até condições materiais mínimas , como salas de aula, laboratórios de pesquisa, moradia estudantil, transporte, bibliotecas, etc.

Neste sentido, prestamos solidariedade aos alunos grevistas da Universidade Federal de São Paulo, que há mais de 30 dias enfrentam a burocracia acadêmica, sofreram atentados, coação moral, mais de quarenta e oito processos políticos que se acumulam ao longo de seis anos de luta, e tem suas reinvindicações ignoradas ou deturpadas pelos principais veículos da Grande Imprensa.

Consideramos que é vergonhoso que o Governo Federal , que tanto se vangloria do ascenso econômico nacional, não considere uma prioridade de investimento o ensino público, gratuito e de qualidade para todos.

Fazemos um chamado a todos os sindicatos, movimentos sociais e entidades de base a apoiarem a greve do campus UNIFESP – Guarulhos.

Pelo fim da expansão sem investimento !

Pelo fim dos processos políticos !

Viva a luta dos estudantes !

Viva a aliança operário-estudantil !

Nota às ações ilegais da Diretoria

Sob o retumbante discurso de “defesa de institucionalidade”, esconde-se a ilegalidade dos mandos e desmandos da burocracia universitária

 

 

Muito se ouve falar na “defesa intransigente da institucionalidade da Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (EFLCH)”, e parece até mesmo que existe algum espírito republicano democrático dentro da comunidade universitária. Falso. Essa parecer é um discurso para mistificar o seu avesso: sob o discurso da defesa da institucionalidade, a Diretoria do campus Guarulhos, sob a pessoa dos professores Marcos Cezar de Freitas e Glaydson Soares, age ignorando as leis, os direitos democráticos dos estudantes, realizando a super-exploração dos funcionários terceirizados para tarefas das quais não foram contratados, entre outros casos.

 

8 motivos para derrubar essa Diretoria Acadêmica:

 

  1. 1.    Este diretor, que foi candidato único e não encontrava uma oposição declarada entre os professores, e que não tinha um amplo apoio entre os estudantes na “consulta à comunidade”, foi colocado no campus em 2009, sob a intervenção do Reitor, assumindo a crise pós-queda do Reitor anterior, Ulysses Fagundes Neto. Sua trajetória política no campus revela-se na figura de um diretor-interventor, que depois realizou todo o decoro figurativo para que ele permanecesse no poder.
  2. 2.    Do dia para a noite, sem nenhuma consulta à comunidade universitária, tirou o vão livre do puxadinho construído para ser provisório, para se ter mais salas-caixas-de-fósforo.
  3. 3.    Na greve de 2012, a Direção Acadêmica envia, através de e-mail institucional, uma petição pelo fim da greve; ou seja, utilizando da instituição para declarar uma guerra aos estudantes em greve.
  4. 4.    O Diretor Acadêmico, no papel de presidente da Congregação do campus, conduz a reunião de forma totalmente anti-democrática. Não leva para deliberação propostas que são oposição a ele, assim como o “duvidoso procedimento” de, algumas vezes, informes entrarem como ponto de pauta da reunião, e outras vezes, não. Assim, podemos inferir que o crivo do procedimento não é algum Regimento institucional, mas a figura do “suposto-todo-poderoso” Diretor Acadêmico.
  5. 5.    A burocracia universitária, sob o comando da Diretoria e Reitoria, realiza intimidações – não somente aos estudantes, como é de praxe, mas também com os professores mais ativos politicamente – como forma de calar as vozes que levam a uma posição contrária à da Diretoria
  6. 6.    A ação desesperada da Diretoria Acadêmica de, atacar o movimento de greve, exigindo dos funcionários terceirizados para “desobstruir as salas de aula”, isto é, retirar os piquetes, e deixar as salas de aula trancadas. Sendo que o movimento exigiu da Diretoria o contrato dos trabalhos terceirizados e de suas atribuições e funções, e o Diretor Acadêmico não se pronuncia. Além de atacar o direito de greve, há a super-exploração dos trabalhadores terceirizados para funções às quais eles não foram contratados. Ou seria eles contratados para, entre outras coisas, desfazer piquetes?!
  7. 7.    Diante de tapumes colocados no galpão para ficar em volta do vazio, onerando R$ 8 mil dos cofres públicos, que já passavam seu prazo de validade, e estavam apodrecidos e caídos por uma ventania, quando os estudantes, em ação política re-utilizam os tapumes para realizar a construção do “espaço de vivência Carlos Marighella” e para fazer fogueiras com o resto do material apodrecido, a Direção da Universidade realiza uma aberração política e jurídica: acionam “medidas judiciais e policiais”, na Polícia Federal e na Procuradoria-Geral da República, com a alegação de depredação do patrimônio público, sendo que de acordo com a portaria 448/2002 da Secretaria do Tesouro Nacional, o tapume, pela sua própria condição, não é considerado patrimônio público, muito menos material permanente.
  8. 8.    Como o supra-sumo do desespero da burocracia universitária, toda ação do movimento que seja no sentido de garantir a greve deliberada e construída desde o dia 22 de março de 2012, e sendo corroborada em todas Assembleias Gerais no campus, todas essas ações são consideradas violentas e através da maneira Rodas de governar, praticada por essa Diretoria e Reitoria, judicializando todo tipo de luta, eles tratam como caso de polícia a própria greve.

 

Os estudantes fazem a greve. A Reitoria não negocia. Manda a tropa de choque nos receber e um mandado de intimação ao Comando de Greve. A greve continua. A diretoria manda desfazer todos os piquetes e trancam todas as portas. A Diretoria transforma a Universidade em uma PRISÃO, onde a Diretoria é o carcereiro. O movimento garante a greve contra o ataque da burocracia. A diretoria responde com sindicâncias sob a alegação de “violência”, “ofensa”.

Os estudantes conhecem essa estratégia de intimidação, e respondem, não necessariamente em palavras, mas em atos: A GREVE CONTINUA!

 

A Diretoria Acadêmica do campus pende por um fio. Essas são as ações desta “institucionalidade” tão alegada nas palavras dos burocratas. Nós conhecemos bem seu jogo. Basta!

 

Essa é o começo da resposta do movimento aos ataques orquestrados contra a GREVE.

CARTA DE ESCLARECIMENTO DO COMANDO DE GREVE

Visto que a Reitoria da Universidade Federal de São Paulo, de forma falaciosa, vem a público alegar que “o movimento grevista interrompeu, temporariamente, as negociações” (vide imprensa, site G1), faz-se necessário esclarecer a posição do movimento deliberado em Plenária Aberta do Comando de Greve, de que o movimento negocia com o Reitor, e não com o Pró-Reitor de Assuntos Estudantis, Prof. Leduíno.

De maneira leviana e claramente oportunista, a Reitoria, que não quer negociar as reivindicações do movimento de Greve de Guarulhos, para dizer que ao recusarmos reunirmo-nos com o Pró-Reitor de Assuntos Estudantis, teríamos interrompido as negociações. Nada mais falso!

É preciso ter clareza de que a negociação poderá ter a participação de “Pró-Reitores”, como em 2010. Contudo, um Pró-Reitor não tem o poder de negociar com o movimento de Greve. E o movimento já se posicionou pela negociação com a Reitoria da Universidade.

Quem interrompeu as negociações? A Reitoria!

Prova disso?

O ato na reitoria, dia 20 de abril, que foi tratada como caso de polícia com um “mandado de intimidação” e com a tropa de choque, em que a carta de reivindicações de Guarulhos foi entregue, o Reitor se recusou a marcar a data de reunião de negociação, inclusive dando as costas aos manifestantes – como pode-se atestar nas filmagens.

Assim, a questão que está colocada é que a Reitoria procura, a cada dia que passa, o enfrentamento, quando vê que sua tática de enrolação não dá certo. Portanto, é a Reitoria que nega sentar para negociar. Ela se recusa em atender as reivindicações e para tentar sufocar o movimento, procura tratar como crime a livre manifestação política dos estudantes.

Manifesto dos estudantes em luta na UNIFESP

Segue Manifesto lido e entregue à Reitoria da UNIFESP.

Manifesto dos estudantes em luta na UNIFESP

A situação na Universidade, ainda que não seja exatamente a mesma em cada um dos campi, demonstra, cada vez mais, a ausência de planejamento e projeto de Universidade. Demonstra, também, que a expansão é um nome airoso – impregnado de incenso – para inserir uma política de desmonte da educação pública, a saber, o REUNI – rendendo bons frutos nas eleições.

Soma-se a isso os estreitos corredores deste labirinto não muito claros, em que essa Administração oficial enclausura a comunidade universitária e que é disposto textualmente em um Estatuto vertical, burocratizado e impenetrável. Ainda há que falar da casta dominante nos órgãos dirigentes da Universidade e as fundações privadas, como a FAP, que servem como verdadeiro caixa dois, sendo denunciada até mesmo pelo Tribunal de Contas da União recentemente.

Não é difícil traçar um rápido panorama: o desabamento de parte do teto do prédio no campus Baixada Santista, construído sem licitação e entregue incompleto, sem alvará nem habite-se; as precárias e insalubres instalações no interior dos campi em geral; a falta de professores e espaço físico no campus Osasco e a necessidade de contratação de mais professores em São José dos Campos; a situação extremamente crítica em que se encontra a comunidade universitária em Guarulhos, a estrutura deficitária e frágil em todos os campi já existentes, sem falar na criação de novos campi em Embu das Artes, Itaquera, Santo Amaro, e outros que podem “estar por vir”. Podemos perceber que tais problemas não são meramente fatos desconexos ou coincidentes, mas que desvelam uma relação íntima e coesa no tecido maior que os enreda.

Acrescente-se a isso a infeliz colocação de nosso atual Reitor, Walter Manna Albertoni, em entrevista concedida ao Estadão em 2010. Para ele, o que importa são “bons professores e estudantes bem selecionados. Com isso, pode-se ter aula até embaixo de uma árvore” – mesmo não sendo um jequitibá.

Em 2010, o movimento dos estudantes em luta na UNIFESP superou a fragmentação e começou a ganhar força, mas a Reitoria soube bem trabalhar com isso, conseguindo dar fim à luta através de promessas ilusórias. Hoje, 2012, estamos um pouco mais calejados – porém fortalecidos -, Reitor.

Não adianta tentar isolar o movimento de Guarulhos dos demais campi, atendendo uma ou outra pauta, como quem esbanja migalhas; as belas piruetas do jogo diplomático, o discurso de palanque e o gerundismo do parecer-estar-fazendo já são por nós muito conhecidos. É que a experiência nos ensinou e, francamente, estamos cansados.

Viemos assim, de forma unitária, lançar esse manifesto tendo em vista exigir que o Reitor se pronuncie quanto às reivindicações dos campi, que negocie com o movimento de greve em Guarulhos, e que se responsabilize pela crise política que está instaurada nesta Universidade há algum tempo.

O poder da Reitoria emana de um setor minoritário que usurpa a Universidade por interesses cada vez mais mercadológicos. Será que as sindicâncias, repressões policiais e intimidações garantirão essa ordem vigente na Universidade?

Até quando, Reitoria, abusarás da nossa paciência? Até quando?

Assinam este manifesto:

COMANDO DE GREVE – GUARULHOS

Diretório Acadêmico XIV de Março da UNIFESP – OSASCO

Centro Acadêmico Pereira Barretto – CAPB – Medicina

Centro Acadêmico Ana Brêtas – CAAB – Enfermagem

Centro Acadêmico Leal Prado – CALP – Biomedicina

Centro Acadêmico de Fonoaudiologia – CAF – Fonoaudiologia

Centro Acadêmico de Tecnologias em Saúde – CATS – Tecnologias em Saúde

Centro Acadêmico dos Estudantes de Letras – CAEL

e demais entidades que compõe o Conselho Representativo do DCE (CR-DCE)

CARTA DE APOIO dos Centros Acadêmicos da UNIFESP-SP

Os Centros Acadêmicos do Campus São Paulo da Universidade Federal de São Paulo, por entender legítima as reivindicações dos estudantes do Campus Guarulhos da Unifesp, que acarretaram na greve iniciada no dia 22 de março de 2012, manifestam seu total apoio ao movimento e se dispõem a auxiliar no que for preciso, além de discutir esta questão nas reuniões com os demais discentes, promovendo um movimento integrado e combativo dos estudantes de nossa Universidade.
Att,

CAAB- Centro Acadêmico Ana Brêtas- Enfermagem
CAF- Centro Acadêmico da Fonoaudiologia
CALP- Centro Acadêmico Leal Prado – Biomedicina
CAPB- Centro Acadêmico Pereira Barretto- Medicina
CATS – Centro Acadêmico de Tecnologias em Saúde

Eleição dos representantes discentes nos Conselhos Centrais da Universidade

A comunicação do COMANDO DE GREVE vem informar a todos os estudantes que nos dias 17 e 18 de abril (esta 3af e 4af), ocorrerá as eleições para os Conselhos Centrais e da Congregação de toda Universidade.

Fique atento aos candidatos que participam do debate e discussões que são feitas na Universidade no movimento estudantil.

Visto que há uma legislação própria para essas eleições, que proíbe campanha eleitoral em determinado período, os estudantes devem ficar atentos para que a burocracia dessa Universidade não utilize isso para impugnar os representantes mais ativos na luta e na mobilização.

Segue link de todos os candidatos aos Conselhos Centrais e Congregação: http://prae.unifesp.br/comunicados/160-carta-aberta-aos-estudantes-da-unifesp

COMUNICAÇÃO DO COMANDO DE GREVE

Carta de Apoio à Greve dos Estudantes da Unifesp Guarulhos

Nós, entidades acadêmicas abaixo assinadas, vimos, por meio desta, expressar seu apoio à greve e à luta dos estudantes do campus de Guarulhos da UNIFESP – Universidade Federal de São Paulo. Apesar de esforço feito pelos discentes no sentido de persistir na luta por melhores condições de ensino e na busca de alternativas para negociações, junto a Universidade, que atendessem às reivindicações dos mesmos, a infraestrutura do campus permanece inadequada às demandas estudantis e acadêmicas.

O descaso do Governo Federal com a Educação pública se reflete visivelmente nas instalações da UNIFESP: os atuais campi da universidade sofrem com falta de salas de aula, de um restaurante central, de moradia estudantil (bem como outras necessidades específicas de cada curso – a exemplo de uma quadra para o curso de Educação Física) . Nesse momento, a greve dos alunos é um dos mais importantes instrumentos em defesa de suas reivindicações históricas e de uma educação que seja pública, gratuita, emancipadora e sobretudo acessível a todas e todos. Defendemos que é impossível existir uma formação de qualidade sem uma infraestrutura que condiga com a tal.

Colocamos-nos na linha de frente em apoio, solidariedade e defesa da greve e da luta dos alunos do campus de Guarulhos da UNIFESP. Declaramos, também, que consideramos a greve um mecanismo histórico e legítimo da luta pela reivindicação dos direitos sociais Convidamos todas e todos estudantes a se informarem sobre processos como este – que vem acontecendo por todo o país e não só dentro das universidades. É importante que nós, estudantes, passemos a nos reconhecer todos como um mesmo grupo, que sofre ataques semelhantes e que se intercruzam, e que pode, coletivamente, se unir e ter mais força para construir a Universidade que está em nossos sonhos e em nossas necessidades.

Conselho de Centros Acadêmicos da Universidade de São Paulo

Fonte: DCE Livre da USP
http://www.dceusp.org.br/2012/04/carta-de-apoio-a-greve-dos-estudantes-da-unifesp-guarulhos/

Carta dos Centros acadêmicos da Unifesp/São Paulo sobre as condições de infra-estrutura do campus

Os Centros Acadêmicos do campus São Paulo da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), vêm, por meio desta, expor sua indignação com a atual situação em que o campus se encontra.

Notamos que há um enorme descaso por parte da Reitoria em relação à infraestrutura. Não temos mais condições mínimas para o bom funcionamento da Universidade. Não temos um restaurante universitário – nosso tão conhecido bandejão – que comporte os usuários e que ofereça condições de higiene e alimentação adequadas. Os internos estão trabalhando sem nenhum auxílio e muitos não conseguem usar o restaurante devido ao tempo de espera na fila, que ultrapassa o curto horário de almoço. Não temos anfiteatros adequados para nossas aulas: faltam cadeiras decentes, há problemas de infiltração, desabamento de tetos, mau funcionamento de instalações elétricas, entre outros. Nossa querida Biblac não atende as nossas demandas: faltam livros, falta espaço, falta ampliar o horário e dias de funcionamento, para que possamos estudar fora do horário de aula. Corremos o risco de perder a Paltex, local em que poderíamos comprar não apenas livros, mas equipamentos mais baratos. A segurança do nosso bairro, que deveria ser Universitário, está muito precária, em menos de um mês houve vários assaltos a estudantes que transitavam por esses quarteirões do “complexo Unifesp”.

Não podemos permanecer alheios a essa situação quase caótica. Por isso, pedimos o apoio das demais entidades da Unifesp, que também recebem os efeitos desse descaso, para que possamos lutar juntos por direitos que ainda não estão garantidos e, sobretudo, lutar para que não percamos tudo aquilo que foi historicamente conquistado. A despeito de tantas “faltas”, esperamos que não falte empenho por parte de todos compõem a Universidade para exigir melhorias.

__ Continue lendo

Carta de repúdio dos estudantes da UNIFESP – Campus Baixada Santista

Ao planejamento sistêmico e compartilhado do futuro
Acreditamos que a universidade é um espaço de formação qualificada de profissionais críticos e ativos na sociedade, também um berço de produção de conhecimentos que estejam em diálogo com a realidade social, com os movimentos sociais e populares e em favor da implantação de políticas públicas que favoreçam a garantia dos direitos sociais e promovam transformações na sociedade. Portanto, defendemos a universidade enquanto instituição pública, gratuita, de qualidade, com inserção social e pautada pelo tripé ensino, pesquisa e extensão. Ela não é e não pode ser um negócio. Deve ser gratuita, de acesso a todos e de qualidade.
Para nós, a avaliação da universidade deve ser um processo democrático e acontecer de forma profunda e intensa. A UNIFESP nos últimos anos abriu uma grande quantidade de unidades em vários campi, envolveu-se em uma gama de políticas públicas como REUNI, PRÓ-SAUDE, PRÓ-RESIDENCIA e foi espaço de uma série de mobilizações
Esses eventos mostram que a UNIFESP é um campo de efervescência política e intelectual, completamente capaz de pensar e planejar seu futuro. Porque pensam e planejam por nós? Porque desperdiçam dinheiro publico com hotel se temos espaço dentro dos nossos campus?
A avaliação da UNIFESP não pode negligenciar as situações vivenciadas neste ultimo período e necessita definir uma concepção de universidade e educação. Que universidade e educação os que estão aqui reunidos acreditam? É preciso saber no que acreditamos para podemos definir o que buscaremos, com que ações e programas nos comprometeremos, para quais setores, departamentos e projetos serão priorizados os recursos (financeiros e humanos).
A avaliação da universidade deve ser um processo contínuo, com ampla divulgação e participação, aberto aos interessados (da comunidade acadêmica e externa) e com critérios transparentes para que possa verdadeiramente identificar os problemas, falhas e desafios desta universidade.Qualquer processo que não respeite esses pontos é superficial, enviesado e insuficiente.
Todos aqui sabemos que esse processo na UNIFESP se deu de forma acelerada, com critérios pouco transparentes e definida por um número reduzido de pessoas. Assim, repudiamos esse processo. E exigimos que se torne um debate amplo e consensual envolvendo a comunidade acadêmica e externa em algo mais amplo que envolva outros setores além desta universidade.
Subscrevem esta carta estudantes da graduação, pós-graduação e residência multiprofissional da UNIFESP – Campus Baixada Santista