Moção de repúdio à circulação da PM no Campus!

Nós, Movimento Estudantil da EFLCH-Unifesp, repudiamos a circulação da Polícia Militar no campus.

No dia 28 de março de 2012, por volta das 16h a PM estacionou uma viatura dentro do campus, próximo ao portão. Lembrando que a greve estudantil foi decretada em 22 de março desse ano. Assim, logo na semana seguinte a polícia já estava presente na EFLCH. Além desses dados, outro fator que deve ser levado em consideração é que o horário citado era o previsto para realização de ato no Terminal Pimentas, anunciado em jornal de Guarulhos, Folha Metropolitana. Dessa forma, a PM claramente apareceu para pressionar o Movimento Estudantil. Confirmando a tentativa de impedir o ato, a Força Tática esperou os manifestantes com várias viaturas no posto de gasolina ao final da rua da universidade.

A segunda vez que a PM esteve na universidade esse ano foi em 13 de abril. Importante também colocar que a polícia em ambas as vezes entrou na sala da Diretoria Acadêmica.

A repressão policial está mais do que anunciada: no dia anterior à segunda entrada da PM esse ano, 12 de abril, na Congregação, um grupo de professores disse que após o fim da paralisação docente, essa categoria chamará a PM caso os estudantes tentem impedir o furo à greve estudantil.

Nenhum movimento social deve ceder o espaço da luta à repressão. Desse modo, faz-se necessário o estado de alerta constante a qualquer tipo de repressão ao nosso Movimento Estudantil.

FORA PM DAS UNIVERSIDADES! FORA À REPRESSÃO AOS MOVIMENTOS SOCIAS QUE LUTAM! FORA PM DO MUNDO!

Movimento Estudantil da Unifesp Guarulhos,

17 de abril de 2012.

moção de repúdio dos professores e CARTA DE ESCLARECIMENTO

Abaixo a moção de repúdio dos professores e a resposta do movimento estudantil em forma de carta de esclarecimento, visto que o conjunto dos professores deliberou um repúdio a um fato sem ter o conhecimento do mesmo, isto é, sem ouvir ambas as partes, para que se tenha uma apreciação objetiva dos fatos.

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MOÇÃO DE REPÚDIO AOS ATOS VIOLENTOS

OS DOCENTES DO CAMPUS GUARULHOS, REUNIDOS EM ASSEMBLÉIA NO DIA 04/04/2012, REPUDIAM A OBSTRUÇÃO DAS SALAS DE AULA E AINTIMIDAÇÃO DE DOCENTES POR ESTUDANTES QUE PARTICIPAM DA PARALISAÇÃO ESTUDANTIL.

ATENCIOSAMENTE,

ASSEMBLÉIA DOS DOCENTES DA EFLCH/UNIFESP

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Guarulhos, 04 de abril de 2012

CARTA DE ESCLARECIMENTO

Como forma de resposta à moção de repúdio deliberada em Assembleia Geral dos Docentes, gostaríamos de esclarecer algumas questões.

Primeiramente, gostaríamos de ressaltar o repúdio do movimento estudantil a qualquer tipo de violência; em nenhum momento foi deliberado em Assembleia o uso de coação ou força contra qualquer setor da universidade. Apesar do que se alega, os estudantes não vêem os piquetes como uma forma de violência, mas sobretudo uma forma de resistência à real violência que todos nós, professores, estudantes e funcionários, sofremos cotidianamente em nosso campus, desde o acesso à universidade, à permanência e às condições de infraestrutura. Essa resistência, que se configura simbólica e fisicamente em um bloqueio à entrada dos estudantes e professores nas salas de aula,
representa também uma forma de luta e mobilização dos estudantes para manter uma decisão deliberada em Assembleia em 28/03, quando houve a presença de cerca de 1300 estudantes com a aprovação de mais de 80% dos presentes para a continuidade da greve -, deliberação que muitas vezes não é respeitada por uma minoria de estudantes. Quanto a isso, não temos nos restringido aos piquetes, haja vista que priorizamos o debate e o esclarecimento cotidiano com todos os estudantes e principalmente aquelesque podem estar alheios ao processo político em andamento no campus.

Do nosso ponto de vista, esse foi o intuito da intervenção ocorrida ontem, ou seja, o de estabelecer um diálogo com os estudantes assim como com o professor, e em nenhum momento foi
feito algum tipo de ameaça ou violência à integridade moral e física daquele. Há um esforço diário em promover atividades de calendário que possam fomentar debates e reflexões sobre as atuais
condições do nosso campus, assim como em relação ao processo de organização e mobilização dos estudantes, esta que vai no sentido de convergir pautas comuns com os professores e funcionários, como
já foi dito anteriormente. Inclusive, temos ocupado salas para o desenvolvimento de oficinas, reuniões, grupos de discussão e sessões de vídeo, com o intuito de substituirmos os piquetes de forma construtiva com intervenções artísticas e debates políticos.

Diante disso, estamos mobilizados, sobretudo, em torno de uma universidade pública de qualidade, e mais ainda, por condições mínimas de acesso e permanência. E, nesse sentido, imaginamos
que esse também seja o intuito dos professores atualmente mobilizados. Porém, é preciso ter claro que estudantes e professores tem formas e métodos de luta específicas a suas categorias, mas isso não impede que nossa mobilização se unifique e nem que esses métodos sejam revistos, tanto por uma
quanto pela outra categoria, em determinado momento da nossa articulação. Afinal, estamos propondo um programa único, que é o de reconstrução de uma universidade pública erguida sobre muros
totalmente frágeis e da construção de um novo projeto de universidade.

No mais, deixamos nossa abertura a novos esclarecimentos sobre o ocorrido, assim como para demais questões que se queiram ser discutidas.

Assembleia Geral dos Estudantes da UNIFESP-Guarulhos

Carta de repúdio dos estudantes da UNIFESP – Campus Baixada Santista

Ao planejamento sistêmico e compartilhado do futuro
Acreditamos que a universidade é um espaço de formação qualificada de profissionais críticos e ativos na sociedade, também um berço de produção de conhecimentos que estejam em diálogo com a realidade social, com os movimentos sociais e populares e em favor da implantação de políticas públicas que favoreçam a garantia dos direitos sociais e promovam transformações na sociedade. Portanto, defendemos a universidade enquanto instituição pública, gratuita, de qualidade, com inserção social e pautada pelo tripé ensino, pesquisa e extensão. Ela não é e não pode ser um negócio. Deve ser gratuita, de acesso a todos e de qualidade.
Para nós, a avaliação da universidade deve ser um processo democrático e acontecer de forma profunda e intensa. A UNIFESP nos últimos anos abriu uma grande quantidade de unidades em vários campi, envolveu-se em uma gama de políticas públicas como REUNI, PRÓ-SAUDE, PRÓ-RESIDENCIA e foi espaço de uma série de mobilizações
Esses eventos mostram que a UNIFESP é um campo de efervescência política e intelectual, completamente capaz de pensar e planejar seu futuro. Porque pensam e planejam por nós? Porque desperdiçam dinheiro publico com hotel se temos espaço dentro dos nossos campus?
A avaliação da UNIFESP não pode negligenciar as situações vivenciadas neste ultimo período e necessita definir uma concepção de universidade e educação. Que universidade e educação os que estão aqui reunidos acreditam? É preciso saber no que acreditamos para podemos definir o que buscaremos, com que ações e programas nos comprometeremos, para quais setores, departamentos e projetos serão priorizados os recursos (financeiros e humanos).
A avaliação da universidade deve ser um processo contínuo, com ampla divulgação e participação, aberto aos interessados (da comunidade acadêmica e externa) e com critérios transparentes para que possa verdadeiramente identificar os problemas, falhas e desafios desta universidade.Qualquer processo que não respeite esses pontos é superficial, enviesado e insuficiente.
Todos aqui sabemos que esse processo na UNIFESP se deu de forma acelerada, com critérios pouco transparentes e definida por um número reduzido de pessoas. Assim, repudiamos esse processo. E exigimos que se torne um debate amplo e consensual envolvendo a comunidade acadêmica e externa em algo mais amplo que envolva outros setores além desta universidade.
Subscrevem esta carta estudantes da graduação, pós-graduação e residência multiprofissional da UNIFESP – Campus Baixada Santista