Moção de apoio aos estudantes em ocupação na UNIFESP – Guarulhos

O Campus Guarulhos da Universidade Federal de São Paulo, o segundo campus de expansão, sofre com vários problemas de infraestrutura, como falta de salas e laboratórios, espaços precários para realização de ensino, pesquisa e extensão, falta de estrutura de permanência estudantil como moradia e creche. Não por acaso essa situação é análoga ao do Campus Baixada Santista e à de outras universidades federais. O Programa de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais – REUNI prima pela expansão de vagas sem nenhum cuidado com a qualidade e estrutura para as mesmas.

Frente a estas e várias outras demandas, os estudantes da UNIFESP – Guarulhos entraram em estado de greve como forma de pressionar a Diretoria e a Reitoria a tomarem ações para sanar esta situação.

Contudo, não é de hoje que, após suas manifestações legitimas de denúncias, atos e outras ações, os Movimentos Sociais recebem em resposta atos de criminalização e ou judicialização por parte das autoridades, governo e Estado. No Movimento Estudantil não é diferente. 48 estudantes sofrem processos após a utilização de tapumes apodrecidos em um ato simbólico, sob alegação de “depredação do patrimônio público”.

Dessa forma, o Centro Acadêmico Unificado – Unifesp Baixada Santista torna público o seu repúdio à opção feita pela Direção Acadêmica do Campus Guarulhos e pela Reitoria da UNIFESP em não abrir dialogo com o movimento de greve dos estudantes daquele campus além de abrir processos e montar uma Comissão de Sindicância contra estudantes.

Diante dessa intransigência, não coube ao movimento de greve outra opção senão tomar medidas mais drásticas e ocupar a Diretoria Acadêmica. Entendemos que essa ação é estratégica, tendo grande alcance, absolutamente legítima além de ser um importante instrumento de reivindicação.

Prestamos assim total apoio à ocupação da Diretoria Acadêmica do Campus Guarulhos e nos colocamos em solidariedade às suas ações. Colocamo-nos ainda em estado de atenção contra uma possível repressão ao movimento dos estudantes.

CENTRO ACADÊMICO UNIFICADO UNIFESP – BAIXADA SANTISTA

Parte do teto do campus da Unifesp na baixada Santista desaba

A forte chuva que caiu na região na noite desta terça-feira causou estragos e diversos pontos de alagamento. Em Santos, ruas inundadas, canais que quase transbordaram, várias árvores caídas e pessoas ilhadas podiam ser vistas em todo o canto.

Por sorte, a tempestade não teve consequências mais graves. As ocorrências mais sérias foram o desabamento de parte do teto da Unifesp, na Rua Silva Jardim, Vila Nova, e uma cratera que abriu na Avenida Washington Luís, na esquina com a Rua Luís Suplicy, no Canal 3, comprometendo um terço da pista. Nos dois casos, não houve feridos.

De acordo com informações do coordenador da Defesa Civil de Santos, Daniel Onias, a área da cratera foi isolada e não foi preciso evacuar o edifício em frente ao local.

Fonte: A tribuna

http://www.atribuna.com.br/noticias.asp?idnoticia=143592&idDepartamento=5&idCategoria=0

Carta de repúdio dos estudantes da UNIFESP – Campus Baixada Santista

Ao planejamento sistêmico e compartilhado do futuro
Acreditamos que a universidade é um espaço de formação qualificada de profissionais críticos e ativos na sociedade, também um berço de produção de conhecimentos que estejam em diálogo com a realidade social, com os movimentos sociais e populares e em favor da implantação de políticas públicas que favoreçam a garantia dos direitos sociais e promovam transformações na sociedade. Portanto, defendemos a universidade enquanto instituição pública, gratuita, de qualidade, com inserção social e pautada pelo tripé ensino, pesquisa e extensão. Ela não é e não pode ser um negócio. Deve ser gratuita, de acesso a todos e de qualidade.
Para nós, a avaliação da universidade deve ser um processo democrático e acontecer de forma profunda e intensa. A UNIFESP nos últimos anos abriu uma grande quantidade de unidades em vários campi, envolveu-se em uma gama de políticas públicas como REUNI, PRÓ-SAUDE, PRÓ-RESIDENCIA e foi espaço de uma série de mobilizações
Esses eventos mostram que a UNIFESP é um campo de efervescência política e intelectual, completamente capaz de pensar e planejar seu futuro. Porque pensam e planejam por nós? Porque desperdiçam dinheiro publico com hotel se temos espaço dentro dos nossos campus?
A avaliação da UNIFESP não pode negligenciar as situações vivenciadas neste ultimo período e necessita definir uma concepção de universidade e educação. Que universidade e educação os que estão aqui reunidos acreditam? É preciso saber no que acreditamos para podemos definir o que buscaremos, com que ações e programas nos comprometeremos, para quais setores, departamentos e projetos serão priorizados os recursos (financeiros e humanos).
A avaliação da universidade deve ser um processo contínuo, com ampla divulgação e participação, aberto aos interessados (da comunidade acadêmica e externa) e com critérios transparentes para que possa verdadeiramente identificar os problemas, falhas e desafios desta universidade.Qualquer processo que não respeite esses pontos é superficial, enviesado e insuficiente.
Todos aqui sabemos que esse processo na UNIFESP se deu de forma acelerada, com critérios pouco transparentes e definida por um número reduzido de pessoas. Assim, repudiamos esse processo. E exigimos que se torne um debate amplo e consensual envolvendo a comunidade acadêmica e externa em algo mais amplo que envolva outros setores além desta universidade.
Subscrevem esta carta estudantes da graduação, pós-graduação e residência multiprofissional da UNIFESP – Campus Baixada Santista