MANIFESTO DO BARRACÃO CARLOS MARIGHELLA

“É preciso não ter medo, é preciso ter a coragem de dizer. Há aqueles que tem vocação para escravo. Mas há os escravos que se revoltam contra a escravidão.”

Marighella! Marighella! Marighella! Zumbi! Lamarca! Antonio Conselheiro! Maria Bonita! A Classe Operária!

É preciso não ter medo. É preciso destruir a ordem burguesa. Acabar com a Academia. Tomar as ruas. Fazer greve. Ocupar. Explodir a TV. Dinamitar a Bolsa de Valores. Acabar com o capital. É preciso transformar! Não há tempo! Não há tempo de ter medo!

Depredação do patrimônio público? Espaço! Vazio! Construção! Coletiva! Subversão! Cultura! Marginal! Tapumes? Parede! Lona? Teto! Madeira? Fogueira! Martelo! Prego! Calo: Resistência!

Revolução Barracão Carlos Marighella!

(Comando de Greve, 23 de abril de 2012)

Manifesto dos estudantes em luta na UNIFESP

Segue Manifesto lido e entregue à Reitoria da UNIFESP.

Manifesto dos estudantes em luta na UNIFESP

A situação na Universidade, ainda que não seja exatamente a mesma em cada um dos campi, demonstra, cada vez mais, a ausência de planejamento e projeto de Universidade. Demonstra, também, que a expansão é um nome airoso – impregnado de incenso – para inserir uma política de desmonte da educação pública, a saber, o REUNI – rendendo bons frutos nas eleições.

Soma-se a isso os estreitos corredores deste labirinto não muito claros, em que essa Administração oficial enclausura a comunidade universitária e que é disposto textualmente em um Estatuto vertical, burocratizado e impenetrável. Ainda há que falar da casta dominante nos órgãos dirigentes da Universidade e as fundações privadas, como a FAP, que servem como verdadeiro caixa dois, sendo denunciada até mesmo pelo Tribunal de Contas da União recentemente.

Não é difícil traçar um rápido panorama: o desabamento de parte do teto do prédio no campus Baixada Santista, construído sem licitação e entregue incompleto, sem alvará nem habite-se; as precárias e insalubres instalações no interior dos campi em geral; a falta de professores e espaço físico no campus Osasco e a necessidade de contratação de mais professores em São José dos Campos; a situação extremamente crítica em que se encontra a comunidade universitária em Guarulhos, a estrutura deficitária e frágil em todos os campi já existentes, sem falar na criação de novos campi em Embu das Artes, Itaquera, Santo Amaro, e outros que podem “estar por vir”. Podemos perceber que tais problemas não são meramente fatos desconexos ou coincidentes, mas que desvelam uma relação íntima e coesa no tecido maior que os enreda.

Acrescente-se a isso a infeliz colocação de nosso atual Reitor, Walter Manna Albertoni, em entrevista concedida ao Estadão em 2010. Para ele, o que importa são “bons professores e estudantes bem selecionados. Com isso, pode-se ter aula até embaixo de uma árvore” – mesmo não sendo um jequitibá.

Em 2010, o movimento dos estudantes em luta na UNIFESP superou a fragmentação e começou a ganhar força, mas a Reitoria soube bem trabalhar com isso, conseguindo dar fim à luta através de promessas ilusórias. Hoje, 2012, estamos um pouco mais calejados – porém fortalecidos -, Reitor.

Não adianta tentar isolar o movimento de Guarulhos dos demais campi, atendendo uma ou outra pauta, como quem esbanja migalhas; as belas piruetas do jogo diplomático, o discurso de palanque e o gerundismo do parecer-estar-fazendo já são por nós muito conhecidos. É que a experiência nos ensinou e, francamente, estamos cansados.

Viemos assim, de forma unitária, lançar esse manifesto tendo em vista exigir que o Reitor se pronuncie quanto às reivindicações dos campi, que negocie com o movimento de greve em Guarulhos, e que se responsabilize pela crise política que está instaurada nesta Universidade há algum tempo.

O poder da Reitoria emana de um setor minoritário que usurpa a Universidade por interesses cada vez mais mercadológicos. Será que as sindicâncias, repressões policiais e intimidações garantirão essa ordem vigente na Universidade?

Até quando, Reitoria, abusarás da nossa paciência? Até quando?

Assinam este manifesto:

COMANDO DE GREVE – GUARULHOS

Diretório Acadêmico XIV de Março da UNIFESP – OSASCO

Centro Acadêmico Pereira Barretto – CAPB – Medicina

Centro Acadêmico Ana Brêtas – CAAB – Enfermagem

Centro Acadêmico Leal Prado – CALP – Biomedicina

Centro Acadêmico de Fonoaudiologia – CAF – Fonoaudiologia

Centro Acadêmico de Tecnologias em Saúde – CATS – Tecnologias em Saúde

Centro Acadêmico dos Estudantes de Letras – CAEL

e demais entidades que compõe o Conselho Representativo do DCE (CR-DCE)