Saiu na mídia: Estudantes permanecem em greve e se reúnem hoje com diretor acadêmico da instituição

Estudo realizado pela Unifesp em 2011 revela que mais de 60% dos alunos do campus Guarulhos não é da cidade. Conforme o relatório, obtido pelo Guarulhos HOJE, 48% dos matriculados moram na Capital, 10,73% são oriundos de cidades do Interior de São Paulo e 5,3% de outros estados da federação. Os 35,97% restantes são alunos que moram em municípios da Grande São Paulo, incluindo Guarulhos. Ou seja, o número de guarulhenses pode ser bem inferior a esse.Os dados revelados pelo estudo refletem diretamente duas reivindicações dos alunos, que estão em greve desde o último dia 22: a baixa quantidade de transporte público disponível para atender a demanda exigida pela quantidade de estudantes da universidade, e também, a ausência de moradia estudantil próximo ao campus, no Pimentas. Além de melhoria no transporte, os cerca de 3 mil alunos alegam falta de salas de aula, laboratório de informática e restaurante universitário.Nesta terça, a comissão de greve dos estudantes fará uma reunião com o diretor acadêmico do campus Guarulhos para apresentarem suas reivindicações e tentarem uma resposta efetiva da universidade sobre as melhorias exigidas. Segundo a comissão de comunicação da greve, até o momento, nenhuma resposta da Unifesp foi dada aos estudantes. Na quinta-feira, dia 12, será a vez dos professores aderirem a paralisação. Na semana passada, uma assembléia entre os docentes decidiu pela greve.A Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis e da Diretoria Acadêmica do Campus informou estar negociando com os governos locais a identificação de terrenos para a construção de moradias estudantis. Ainda segundo a instituição, o campus Guarulhos paga mensalmente 600 auxílios permanência para sua população estudantil que é de 2900 alunos e disponibiliza cinco ônibus gratuitos, que partem ida e volta da estação Itaquera do metrô, até o Campus. Um novo ônibus, cedido pela Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis entrará em circulação em alguns dias.

Perfil dos alunos da Unifesp Guarulhos

  • 48% moram na Capital;
  • 35,97% moram em municípios da Grande São Paulo (incluindo Guarulhos);
  • 10,73% moram no Interior;
  • 5,3% vieram de outros estados da federação;
  • 65,95% vieram de escola pública;
  • 34,05% vieram de escola particular;
  • 69,47% ingressaram pelo Enem;
  • 28,71% ingressaram pelo vestibular;
  • 0,5% não têm renda;
  • 64,2% têm renda de até 5 salários mínimos;
  • 2,5 salários mínimos é a média de renda dos estudantes

Redação Guarulhosweb – Quarta-feira, 28 de março

Unifesp Guarulhos não conhece a cidade
A chegada de uma universidade pública e gratuita a Guarulhos foi motivo de muita comemoração para o município, já na segunda gestão do ex-prefeito Elói Pietá (PT). Parecia ser uma grande conquista para a cidade, servida apenas por instituições particulares, ainda mais que o campus da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) foi construído em um bairro da periferia, geralmente carente desse tipo de iniciativa.
Passados pouco mais de cinco anos de sua inauguração, assim como vive a universidade pública no Brasil, o campus Guarulhos da Unifesp vive à própria sorte. Para azar dos estudantes, nenhuma das promessas de ampliação ou necessidades primárias para a excelência do ensino foram cumpridas. Nada de ampliação, modernização ou mesmo de melhoria das condições. Hoje, alunos são obrigados a assistirem aulas no CEU Pimentas, um equipamento educacional voltado à educação de base, o que gera um verdadeiro desvio de funções.
Desta forma, cansados de esperar, os estudantes decidiram pela greve. As atividades estão paralisadas desde a semana passada a espera de soluções efetivas, que devem extrapolar o campo das promessas. Aliás, esse não é o primeiro movimento do gênero realizado ali. E – parece – pelo teor das manifestações de quem manda, não será o último.
As reivindicações da comunidade acadêmica merecem ser respeitadas. Porém, algumas como a construção de moradias estudantis podem e devem ser questionadas. Nesse quesito, talvez, esteja um dos grandes erros da implantação da Unifesp Guarulhos. A instituição não é voltada para o município. Há grande quantidade de alunos que são de outras cidades e até estados do país. Até aí nada demais, já que esses estudantes podem colaborar para enriquecer a comunidade local.

Mas não se pode considerar que a universidade é voltada para os interesses da população local. Os guarulhenses que precisam de um ensino de qualidade ainda são obrigados a recorrer às faculdades particulares, pagando por isso. A universidade federal pública não cumpre sua função de atender aos guarulhenses e ainda obriga o município a dispensar espaços de um centro educacional voltado ao ensino básico para sanar as deficiências da Unifesp. Desta forma, inevitável perguntar: o que Guarulhos ganhou com a instalação desse campus?

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Notícia publicada no Guarulhos Web

Estudantes dizem que faltam salas, laboratório e restaurante no campus de Guarulhos 
Cerca de 2.900 alunos da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), do campus Pimentas, estão em greve alegando falta de salas de aula, laboratório de informática, restaurante universitário, ausência de moradia estudantil e pedem mais ônibus para realizar o transporte até a universidade.
A greve foi decidida em assembléia na última quinta-feira e envolve cerca de dois mil estudantes de todos os cursos do campus: letras, pedagogia, ciências sociais, filosofia, história e história da arte. “Só tivemos promessa até agora e nada foi feito. Estamos usando, por exemplo, salas de aula do CEU Pimentas e tirando o lugar que é destinado a população. A Unfesp é fruto de uma expansão sem qualidade”, disse Juliana Ribeiro, da comissão de comando de greve.
A promessa de ampliação da faculdade é antiga pelo Governo Federal. Em outubro do ano passado os alunos do campus Guarulhos, estenderam uma faixa no pátio central que funcionou como um placar de contagem regressiva dos dias faltantes para o início da obra do prédio II da Unifesp. O prazo expirou e nada foi construído.
O HOJE questionou a Unifesp sobre a greve no campus e quando as melhorias serão feitas. Em resposta, a assessoria de imprensa da universidade respondeu que o campus Guarulhos possui um prédio para os cursos de graduação e pós-graduação e está licitando a construção de mais um bloco com 20 mil metros quadrados, mas não disse qual a previsão de início da construção. A universidade disse também que está finalizando processo de locação com vistas a criar uma unidade suplementar em frente ao Campus. A expectativa é que a construção do novo bloco comece no fim do primeiro semestre e termine no final de 2013.
**Universidade nega alguns problemas e alega estar resolvendo outros**
Em resposta ao questionamentos do HOJE, a Unifesp informou também que – com o convênio com a prefeitura de Guarulhos- não há déficit de salas de aula para os cursos de graduação que funcionam nos períodos vespertino e noturno. A pós-graduação funciona no período matutino. No mês de janeiro de 2012 foi inaugurado mais um laboratório de informática, com 110 estações disponíveis e com o novo prédio terá mais 300 estações disponíveis, conforme a nota de imprensa enviada a redação.
Sobre o refeitório, a Unifesp disse que para o ano de 2012 foi licitada nova empresa para atender a demanda do restaurante universitário, cujos parâmetros de atuação foi discutido com a Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis.
Já sobre a moradia para os alunos, a instituição por intermédio de sua Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis e da Diretoria Acadêmica do Campus disse estar negociando com os governos locais a identificação de terrenos para a construção de moradias estudantis.
Segundo a instituição, o campus Guarulhos paga mensalmente 600 auxílios permanência para sua população estudantil que é de 2900 alunos e disponibiliza cinco ônibus gratuitos, que partem ida e volta da estação Itaquera do metrô, até o Campus. Um novo ônibus, cedido pela Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis entrará em circulação em alguns dias.
Ronaldo Paschoalino –  27/03/2012 10:18
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