Os Centros Acadêmicos do Campus São Paulo da Universidade Federal de São Paulo, por entender legítima as reivindicações dos estudantes do Campus Guarulhos da Unifesp, que acarretaram na greve iniciada no dia 22 de março de 2012, manifestam seu total apoio ao movimento e se dispõem a auxiliar no que for preciso, além de discutir esta questão nas reuniões com os demais discentes, promovendo um movimento integrado e combativo dos estudantes de nossa Universidade.
Att,
CAAB- Centro Acadêmico Ana Brêtas- Enfermagem
CAF- Centro Acadêmico da Fonoaudiologia
CALP- Centro Acadêmico Leal Prado – Biomedicina
CAPB- Centro Acadêmico Pereira Barretto- Medicina
CATS – Centro Acadêmico de Tecnologias em Saúde
Arquivo da categoria: Cartas
Carta de Apoio à Greve dos Estudantes da Unifesp Guarulhos
Nós, entidades acadêmicas abaixo assinadas, vimos, por meio desta, expressar seu apoio à greve e à luta dos estudantes do campus de Guarulhos da UNIFESP – Universidade Federal de São Paulo. Apesar de esforço feito pelos discentes no sentido de persistir na luta por melhores condições de ensino e na busca de alternativas para negociações, junto a Universidade, que atendessem às reivindicações dos mesmos, a infraestrutura do campus permanece inadequada às demandas estudantis e acadêmicas.
O descaso do Governo Federal com a Educação pública se reflete visivelmente nas instalações da UNIFESP: os atuais campi da universidade sofrem com falta de salas de aula, de um restaurante central, de moradia estudantil (bem como outras necessidades específicas de cada curso – a exemplo de uma quadra para o curso de Educação Física) . Nesse momento, a greve dos alunos é um dos mais importantes instrumentos em defesa de suas reivindicações históricas e de uma educação que seja pública, gratuita, emancipadora e sobretudo acessível a todas e todos. Defendemos que é impossível existir uma formação de qualidade sem uma infraestrutura que condiga com a tal.
Colocamos-nos na linha de frente em apoio, solidariedade e defesa da greve e da luta dos alunos do campus de Guarulhos da UNIFESP. Declaramos, também, que consideramos a greve um mecanismo histórico e legítimo da luta pela reivindicação dos direitos sociais Convidamos todas e todos estudantes a se informarem sobre processos como este – que vem acontecendo por todo o país e não só dentro das universidades. É importante que nós, estudantes, passemos a nos reconhecer todos como um mesmo grupo, que sofre ataques semelhantes e que se intercruzam, e que pode, coletivamente, se unir e ter mais força para construir a Universidade que está em nossos sonhos e em nossas necessidades.
Conselho de Centros Acadêmicos da Universidade de São Paulo
Fonte: DCE Livre da USP
http://www.dceusp.org.br/2012/04/carta-de-apoio-a-greve-dos-estudantes-da-unifesp-guarulhos/
Carta dos estudantes de História sobre aulas que ocorrem durante a greve
Para além do que é material, há outras possíveis conquistas em uma greve como o fortalecimento da organização política que tal processo nos proporciona. O amadurecimento decorrente da greve traz consigo também a necessidade de posturas mais firmes daqueles que nela se envolvem. Para não deixar passar tal questão, digamos, pois, quem são aqueles que estão envolvidos em um processo de greve e a partir disso, aproveitemos o momento para uma breve discussão sobre o que é soberano e o que é violento.
Muitos dirão que há o direito individual de não fazer greve e de não acatar, portanto, o que por Assembleia for deliberado, uma vez que este espaço responde aos anseios de uma parcela dos estudantes, não do todo. Ainda complementarão dizendo que ocorre uma violência para com aqueles que entram em sala de aula seguindo um princípio do direito individual.
Ora, deveríamos então ceder aos anseios individuais em todos os momentos nos quais nossas posições não são contempladas pelo coletivo? Sabemos, a partir da vivência em sociedade, que esse não é o caminho.
A Assembleia estudantil é o espaço máximo de debates e deliberações que possuímos, é um meio no qual se consegue estabelecer votações sem esvaziamento político. Um espaço de concentração dos anseios da coletividade e por tudo isso, os membros que a compõem a chamam: soberana. É também graças a esse espaço de ampla discussão que os métodos de luta podem ser questionados e outros pensamentos agregados a fim de que se dê uma ampliação da organização estudantil e, por conseguinte, as conquistas por nós almejadas.
Se a Assembleia é um espaço de tamanha soberania porque então o piquete e outras intervenções às salas de aula se fazem necessárias? Porque infelizmente muitos fingem não reconhecer a vontade de uma maioria e para as deliberações serem respeitadas é preciso que se intervenha dentro dos espaços físicos. Nesse sentido, é costume dizer que o direito individual esta sendo corrompido e dai provém a tal violência.
É violento, pois, obstruir salas de aula, mas entrar em aula desrespeitando as deliberações coletivas que acontecem em Assembleia (soberana e aberta) é um ato de liberdade e democracia? Não, sabemos que esse caminho também não é o melhor. A violência e a falta de democracia se dão no dia a dia de uma greve, quando determinados indivíduos (acostumados a agir dentro da coletividade em todas as esferas da sociedade) ignoram os anseios da maioria estudantil e se submetem a “pressões externas”.
Por reconhecermos esta verdadeira violência e ainda corroborarmos a ideia de soberania das Assembleias e a importância de um todo mobilizado é que repudiamos ações que contrariem tais princípios.
Os estudantes não podem se sujeitar a quaisquer “pressões externas” que lhe são colocadas. Uma greve com conquistas e negociações possíveis acontece por meio da organização verdadeiramente coletiva que não prejudique outros colegas utilizando-se do falso argumento do direito individual.
Repudiamos aulas que ocorram durante a greve porque estas sim são um instrumento violento e antidemocrático, uma ação opressiva e que desconsidera tudo que tentamos conquistar. Essas aulas demonstram um desrespeito a coletividade e a negligência para com aquelas que diariamente chamamos “colegas”. A maior manifestação individual possível dentro de um processo como o que vivenciamos atualmente é a utilização de nossas consciências no exame do que é certo ou errado para com aqueles que enfrentam conosco as mesmas dificuldades de transporte, moradia, alimentação e infraestrutura todos os dias dentro dessa universidade.
Por reconhecermos a legitimidade de uma assembleia soberana, com quórum mínimo e amplo espaço para discussão e por respeitarmos as decisões coletivas é que nós, estudantes de História reunidos em Assembleia de Curso no dia 11 de Abril de 2012, repudiamos o ato de “furar greve” por meio de aulas que ocorrem no CEU ou em quaisquer outros espaços e consideramos tal posição violenta e absolutamente antidemocrática.
Assinam os estudantes de História reunidos em Assembleia de Curso no dia 11 de Abril de 2012.
Resposta à Pauta de Reivindicações do Conselho de Entidades da Unifesp e da Adunifesp – SSIND
A Reitoria da Unifesp esclarece à comunidade os questionamento apontados pelo Conselho de Entidades e pela Adunifesp, encaminhados em março à administração central.
Pauta de Reivindicações do Conselho de Entidades da Unifesp e da Adunifesp-SSIND.
Questões de Infraestrutura e Funcionamento; Questões Organizativas e Financeiras, Emergenciais e de Médio Prazo
Desde o ano de 2010, o Conselho de Entidades da Unifesp e a ADUNIFESP-SSind vêm apresentando um conjunto de reivindicações visando o bom funcionamento e qualidade do trabalho e dos serviços prestados pela Universidade Federal de São Paulo. Nos anos de 2010 e 2011 aconteceram mobilizações em praticamente todos os campi, bem como uma constante atuação do Conselho de Entidades na busca de discussões amplas e democráticas visando a solução dos problemas hoje prementes da nossa Universidade.
Reconhecemos o importante papel que as entidades têm cumprido no processo de consolidação e democratização da universidade pública brasileira, em especial na UNIFESP.
Após a aprovação do Estatuto, do Regimento e da eleição dos diretores de campi e Unidades Universitárias, cumpriu-se uma etapa fundamental da vida da Unifesp. O PDI também deveria ter representado um espaço importante de debate sobre qual universidade a comunidade Unifesp deseja e fizemos gestões nesse sentido, em vão. Se por um lado a expansão na Unifesp representou o acesso a grande parcela da população estudantil alijada do ensino superior público, por outro lado os problemas de infraestrutura, espaço físico, manutenção e de financiamento não acompanharam com qualidade o seu crescimento e expansão.
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Carta dos Centros acadêmicos da Unifesp/São Paulo sobre as condições de infra-estrutura do campus
Os Centros Acadêmicos do campus São Paulo da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), vêm, por meio desta, expor sua indignação com a atual situação em que o campus se encontra.
Notamos que há um enorme descaso por parte da Reitoria em relação à infraestrutura. Não temos mais condições mínimas para o bom funcionamento da Universidade. Não temos um restaurante universitário – nosso tão conhecido bandejão – que comporte os usuários e que ofereça condições de higiene e alimentação adequadas. Os internos estão trabalhando sem nenhum auxílio e muitos não conseguem usar o restaurante devido ao tempo de espera na fila, que ultrapassa o curto horário de almoço. Não temos anfiteatros adequados para nossas aulas: faltam cadeiras decentes, há problemas de infiltração, desabamento de tetos, mau funcionamento de instalações elétricas, entre outros. Nossa querida Biblac não atende as nossas demandas: faltam livros, falta espaço, falta ampliar o horário e dias de funcionamento, para que possamos estudar fora do horário de aula. Corremos o risco de perder a Paltex, local em que poderíamos comprar não apenas livros, mas equipamentos mais baratos. A segurança do nosso bairro, que deveria ser Universitário, está muito precária, em menos de um mês houve vários assaltos a estudantes que transitavam por esses quarteirões do “complexo Unifesp”.
Não podemos permanecer alheios a essa situação quase caótica. Por isso, pedimos o apoio das demais entidades da Unifesp, que também recebem os efeitos desse descaso, para que possamos lutar juntos por direitos que ainda não estão garantidos e, sobretudo, lutar para que não percamos tudo aquilo que foi historicamente conquistado. A despeito de tantas “faltas”, esperamos que não falte empenho por parte de todos compõem a Universidade para exigir melhorias.
Compare e Conclua – Cartas Respostas 2010 – 2012
Resposta do Profº Drº Marcos Cezar ao movimento estudantil – 2010
Guarulhos, 03 de novembro de 2010.
Aos alunos do Campus Guarulhos,
Considerando a pauta apresentada pelo corpo discente do Campus;
Considerando as gestões feitas conjuntamente pela Reitoria e pela Diretoria Acadêmica;
Apresentamos a seguinte prestação de contas das negociações levadas a efeito em nome
dos estudantes de Guarulhos:
1)Quanto ao tema transporte:
a)Foi iniciada a compra de dois ônibus para a utilização no trajeto Itaquera-Pimentas e vice-versa. Os ônibusdeverão ser entregues até março de 2011;
b)Já foi instalado e já se encontra disponível a partir de amanhã (04/11/2010) uma linha de ônibus terceirizada que sai da estação Itaquera de metrô e se desloca ao Campus e vice-versa;
c) Obtivemos autorização para manter parte do serviço terceirizado mesmo quando os ônibus comprados forem entregues;
d)Obtivemos autorização para negociar diretamente com a Secretaria Estadual de Transportes a implantação de linhas alternativas ligando estaç
Carta resposta da reitoria/diretoria acadêmica as reivindicações do Movimento Estudantil!
Cartas oficiais
Carta de apoio à greve – UFSCAR
APOIO À GREVE DOS ALUNOS DO CAMPUS DE GARULHOS DA UNIFESP
O DCE – Diretório Central dos Estudantes da UFSCar e o DA – Diretório Acadêmico da UFSCar campus Sorocaba vêm, por meio deste, expressar seu apoio à greve e à luta dos estudantes do campus de Garulhos da UNIFESP – Universidade Federal de São Paulo. Somos testemunhas do esforço feito pelos discentes no sentido de persistir na luta por melhores condições de ensino e na busca de alternativas para negociações, junto a Universidade, que atendessem às reivindicações dos mesmos. No entanto, a infraestrutura permanece mais que inadequada.
É evidente o completo descaso deste (des)governo com a Educação. Nesse momento, a greve dos alunos é um dos mais importantes instrumentos em defesa de suas reivindicações históricas e de uma educação pública, gratuita e de excelência. O DCE e o DA defendem que é impossível existir uma formação de qualidade sem uma infraestrutura que condiga com a tal. A própria UFSCar vem passando por problemas sérios, principalmente em seu campus Sorocaba, sendo constantes as manifestações junto a Reitoria pela melhoria das condições física e pela pressão ao Governo para a aprovação do PL 2134 – que permite a contratação de servidores públicos pelas IES (professores efetivos) -, além das constantes reivindicações por aumento de transparência dentro dos processos burocráticos da Universidade, a melhoria na comunicação com os discentes, o aumento da representatividade da classe discente dentro das instâncias deliberativas e a expansão do ensino público.
Colocamos-nos na linha de frente em apoio, solidariedade e defesa da greve e da luta dos alunos do campus de Garulhos da UNIFESP principalmente por sentirmos que passamos por problemas que possuem a mesma raiz. Também apelamos pela sensibilização dos alunos dos outros campus que passam por problemas semelhantes, assim como de outras entidades do movimento estudantil, por entendermos a importância da ampliação da identificação com um processo reivindicatório principalmente num período em que encontramos ataques tão sutis e destruidores à educação pública de qualidade.
Ainda, declaramos que consideramos a greve um mecanismo legítimo de luta e de pressão sobre os governantes, servindo de exemplo para todos aqueles que querem enfrentar a burocracia do Governo e convidamos todos os discentes a se informarem sobre processos como este – que vem acontecendo por todo o país -, ampliando o reconhecimento da massa discente como uma efetiva CLASSE e a difusão da discussão sobre as realidades que vivemos (que se intercruzam e são semelhantes entre si em muitos aspectos).
SÃO CARLOS, 02 DE ABRIL DE 2012
DIRETÓRIO CENTRAL DOS ESTUDANTES – UFSCar
DIRETÓRIO ACADÊMICO – UFSCar Sorocaba
Carta aos funcionários
Aos técnico-administrativos da EFLCH/UNIFESP
Funcionários e funcionárias da Escola de Letras, Filosofia e Ciências Humanas, abaixo apresentamos nossa pauta de reivindicação e os convidamos para discussão de questões comuns à comunidade acadêmica. Como é de conhecimento de todos; no dia 22 de março deste ano em Assembleia Geral no Campus, os estudantes deliberaram greve por tempo indeterminado, inicialmente com um eixo de luta debatido entre os discentes desde o início das atividades acadêmicas.
Em assembleias posteriores foram discutidos e aprovados os pontos de pauta de reivindicação em torno dos tópicos; a saber: infraestrutura universitária; acesso e permanência; repressão; transparência; fim das fundações privadas e fim das terceirizações na universidade. A pauta especificada está em anexo.
Entendemos que é fundamental a unidade na luta dos que estudam e trabalham na UNIFESP Guarulhos. Pela primeira vez na história do nosso campus, no dia 04 de abril de 2012 os docentes decidiram paralisar as atividades acadêmicas discutindo nossa atual conjuntura e questões relacionadas à infraestrutura universitária, debatendo inclusive sobre suas próprias reivindicações.
Desde o início, o movimento grevista na EFLCH/UNIFESP buscou uma profunda reflexão acerca das políticas de privatização, precarização e elitização do ensino superior público.
Em 2011 em todo o país, servidores técnicos administrativos das universidades e institutos federais permaneceram em greve por mais de três meses. Lutaram contra o congelamento dos salários por dez anos (PLP549/2009); terceirização de serviços e as medidas do governo de mercantilização do ensino com a privatização de hospitais e maternidades universitários (MP 520/2010); entregando-os às fundações de direito privado. No período aproximadamente nove reitorias das universidades e IF’s foram ocupadas; as ações fizeram parte do movimento que resite à privatização de direitos sociais.
Sabe-se que muitas das reivindicações dos servidores públicos do nosso campus convergem com as dos estudantes, a exemplo da falta de espaço físico para abrigar a biblioteca, salas de aulas, laboratórios etc. Não falta espaço físico apenas para os estudantes e professores, os técnicos administrativos também estão trabalhando cada vez mais em espaços menores e adaptados; criando assim condições insalubres de trabalho. Como podemos verificar os que estudam e trabalham na universidade têm todos os motivos para se mobilizarem de forma unitária para combater a precarização do trabalho e do ensino em defesa da educação contra as medidas governamentais; parte de uma política mais geral de mercantilização da educação pública.
Comissão de comunicação do Comando de Greve;
Guarulhos; 09 de abril de 2012.