Manifesto da ocupação

 

Nós, que asssinamos este manifesto, os que ocupam a Diretoria do campus Guarulhos, não temos rosto nem RG, mas somos o coletivo que responde aos ataques dessa burocracia universitária. Não temos apenas opiniões individuais, mas, sobretudo, essas opiniões individuais – tantas vezes conflitantes – constroem ações coletivas.  Bem vindos à OCUPAÇÃO.

Importante ressaltar que, se é preciso chegar a essa situação, é unicamente responsabilidade dessa Administração que além de criar campi com o interesse de gerar votos eleitorais a cada dois anos – mas que, em verdade, cria uma Universidade em ruínas, sucateada, desde o seu início – levando a contradições que essa burocracia não consegue aguentar. Além disso, os responsáveis por tal situação se negam a negociar as nossas reivindicações. Até agora, a Reitoria se nega a negociar com o movimento de greve, como fica explícito na reunião com o Pró-Reitor de Assuntos Estudantis, prof. Leduíno, no dia 03/05.

Desde 2007, a Reitoria, assim como a Diretoria do campus só negocia, quando o cacetete policial e as promessas ilusórias não consegue colocar “panos quentes” na situação. Essa política habilidosa leva, muitas vezes, a confundir a opinião pública, a criminalizar o movimento estudantil como deliquentes, arruaceiros, bandidos, etc. Contudo, foi o ex-reitor Ulysses Fagundes Neto que renunciou após pressões de todos os lados devido aos desvios de milhões de reais gastos no cartão corporativo (desde viagens à Disney até a compra de barbeadores de marfim!). Quem deveria ser enquadrado como formação de quadrilha: os estudantes que ocuparam a reitoria contra os desvios de verba, ou o ex-reitor que foi obrigado a renunciar para tirar de cena todos os elos da corrupção que assola a UNIFESP?!

Apesar do Reitor Albertoni não estar (ainda) cambaleando, é claro e notório que essa Universidade vive uma crise política sem precedentes. Os acontecimentos na Baixada recentemente, o descaso de Guarulhos, a situação de Osasco, os campi desestruturados e a corrida ao ouro da expansão de mais e mais campi expressam isso. Não podemos aceitar essa ausência de projeto. Aceitaremos, mais e outra vez, essa situação? Não!

A Diretoria Acadêmica do campus Guarulhos, em seu desespero latente, tem respondido às reivindicações? De que forma? Desfazendo os piquetes; trancando as salas da Universidade; fazendo B.O. contra os estudantes; dando queixa na Polícia Federal e na Procuradoria; abrindo uma sindicância por dia a cada ação que o movimento dos estudantes visa garantir a greve, que tem sofrido duros ataques. Ou seja: os estudantes fazem greve; a Diretoria ataca o direito de greve desobstruindo os piquetes e incitando alguns setores a atacarem a Greve. O movimento defende os piquetes tendo em vista fortalecer a greve. Abrem-se sindicâncias contra os “supostos casos de violência” do movimento estudantil.

Soa até mesmo como uma história fantasiosa. Mas a tragédia é que essa história esquizofrênica é real. No dia 03 de maio de 2012, a Congregação da Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (EFLCH) aprovou um ataque aos estudantes: abertura de sindicância (processo administrativo interno da universidade, de investigação-punição) sob alegação de desrespeito, agressão verbal, desacato, insulto, danificação aos bens sob responsabilidade da UNIFESP, e impedimento do livre exercício do trabalho no campus. Diante da gravidade dos ataques, o movimento deu a resposta.

Resistir aos ataques da burocracia. É isso que estamos fazendo. Responder à altura é mostrar a força do movimento e que esses ataques tem o fim de não negociar as reivindicações legítimas do movimento. Portanto, exigimos a reunião de negociação com o movimento de greve e a Reitoria!

Estudantes: as ações ilegais da Diretoria Acadêmica mostram seu desespero, e também deixam em relevo que sua cabeça está por um fio. Quem o derrubará? O reitor ou o movimento estudantil? O tempo dirá…

LUTAR! OCUPAR! CONQUISTAR!

Reitor e Diretor, vocês têm total responsabilidade pela crise institucional em que se aprofunda.

Até quando abusarás da nossa paciência, Reitoria e Diretoria? Até quando?

Carta sobre os processos de sindicância contra os estudantes!

Defender o direito de manifestação política!

Nenhuma sindicância contra os estudantes!

Que a reitoria atenda as reivindicações!

A Diretoria Acadêmica; membros da Congregação do Campus Guarulhos e docentes
que sentiram “violentados” devido aos piquetes da greve colocaram publicamente a
intenção e pedidos de abertura de processos internos (sindicâncias) contra os estudantes
que participaram das ações coletivas, discutidas e deliberadas em Assembleia Geral dos
Estudantes da EFLCH.

Em uma universidade em que é recorrente o discurso de formação crítica, a liberdade
de pensamento, crítica e manifestação política deveriam ser respeitados. No entanto, a
repressão ao movimento estudantil por meio de processos contra as lideranças trata-se de
uma questão essencialmente política, e não acadêmica.

Se comparada toda a infraestrutura dos campi da UNIFESP, notaremos muitas
desigualdades. Em Guarulhos sequer temos um prédio definitivo para abrigar as atividades
da universidade. A burocracia universitária administra em favor de uma minoria contra os
interesses da maioria, por isso ela se impõe de forma autoritária mantendo a estrutura de
poder antidemocrática.

Neste sentido, o direito de manifestação política é fundamental contra os ataques ao
movimento estudantil. A manutenção da greve pelo atendimento das reivindicações e fim
dos processos é a forma que temos para dizer não ao autoritarismo dentro da universidade
e lutar por melhores condições de ensino. O movimento estudantil para avançar necessita
inviabilizar todas as atividades do Campus exigindo que a Reitoria abra negociação
imediatamente. Devemos dizer: Reitoria, construa o prédio! Reitoria, retire os processos!
Diretoria, nenhuma sindicância contra os estudantes!

TODOS AO CAMPUS!

A última Assembleia Geral dos Estudantes, realizada na última 4af, dia 18 de abril, deliberou pela continuidade da greve por tempo indeterminado e por levantar piquetes mais altos e mais fortes que os que estão nas salas.

A Diretoria Acadêmica está trabalhando de forma sistemática para atacar o movimento, enviando através do e-mail institucional, a petição pelo fim da greve, mandando funcionários terceirizados retirarem os piquetes, tomando “medidas judiciais e policiais cabíveis”, para afrontar o movimento e suas deliberações em seus fóruns soberanos.

Por isso, CHAMAMOS TODOS OS ESTUDANTES A IREM AO CAMPUS E FORTALECER AS DECISÕES TIRADAS EM ASSEMBLEIA E RESPONDER AOS ATAQUES DA DIRETORIA ACADÊMICA.

Com isso, o movimento poderá demonstrar que algumas injúrias sem fundamento não intimidará estudantes que estão em greve há um mês por melhores condições de estudo, acesso e permanência. Pelo contrário, dá mais força aos seus anseios e mais disposição de luta.

TODOS AO CAMPUS! Fortalecer os piquetes! Defender a GREVE da ingerência da Diretoria Acadêmica!

IMPORTANTE: Informe da Plenária de Encerramento do Ato de 6af, dia 20/04

ESTUDANTES.

Mais informações e imagens serão postados no decorrer desses dias no blog. Mesmo com uma INTIMAÇÃO JUDICIAL por parte da Reitoria, com a Tropa de Choque sitiando a Reitoria, entre outros acontecimentos, os estudantes realizaram um forte ato, que se encerrou em uma Plenária de Encerramento, com dois encaminhamentos:

– o primeiro, geral: a criação de um comitê de mobilização, que se reunirá pela primeira vez este sábado, dia 28/04, conjuntamente com o CR-DCE, no espaço do DCE, às 14h, como um organismo para avançar a mobilização para os campi, rompendo a fragmentação.

– o segundo, particular: devido ao ATO, e tendo em vista que a maioria do movimento se encontrava na manifestação na Reitoria, e que o central da data de 6af era exatamente o Ato, mas que o movimento de Greve de Guarulhos precisa discutir e deliberar questões locais como pensar a conjuntura colocada pelo acirramento da Diretoria, da Reitoria, tendo em vista formular o calendário da nossa semana, deliberou-se por realizarmos, neste domingo, a Plenária Aberta do Comando de Greve, às 16h.

 

Propostas apresentadas como Atos unificados e Assembleias Unificadas foram elencadas, poderão ser discutidas nos campi, e serão coordenadas pelo Comitê de Mobilização a se reunir no próximo final de semana.

 

COMUNICAÇÃO DO COMANDO DE GREVE