Carta de Apoio à Greve dos Estudantes da Unifesp Guarulhos

Nós, entidades acadêmicas abaixo assinadas, vimos, por meio desta, expressar seu apoio à greve e à luta dos estudantes do campus de Guarulhos da UNIFESP – Universidade Federal de São Paulo. Apesar de esforço feito pelos discentes no sentido de persistir na luta por melhores condições de ensino e na busca de alternativas para negociações, junto a Universidade, que atendessem às reivindicações dos mesmos, a infraestrutura do campus permanece inadequada às demandas estudantis e acadêmicas.

O descaso do Governo Federal com a Educação pública se reflete visivelmente nas instalações da UNIFESP: os atuais campi da universidade sofrem com falta de salas de aula, de um restaurante central, de moradia estudantil (bem como outras necessidades específicas de cada curso – a exemplo de uma quadra para o curso de Educação Física) . Nesse momento, a greve dos alunos é um dos mais importantes instrumentos em defesa de suas reivindicações históricas e de uma educação que seja pública, gratuita, emancipadora e sobretudo acessível a todas e todos. Defendemos que é impossível existir uma formação de qualidade sem uma infraestrutura que condiga com a tal.

Colocamos-nos na linha de frente em apoio, solidariedade e defesa da greve e da luta dos alunos do campus de Guarulhos da UNIFESP. Declaramos, também, que consideramos a greve um mecanismo histórico e legítimo da luta pela reivindicação dos direitos sociais Convidamos todas e todos estudantes a se informarem sobre processos como este – que vem acontecendo por todo o país e não só dentro das universidades. É importante que nós, estudantes, passemos a nos reconhecer todos como um mesmo grupo, que sofre ataques semelhantes e que se intercruzam, e que pode, coletivamente, se unir e ter mais força para construir a Universidade que está em nossos sonhos e em nossas necessidades.

Conselho de Centros Acadêmicos da Universidade de São Paulo

Fonte: DCE Livre da USP
http://www.dceusp.org.br/2012/04/carta-de-apoio-a-greve-dos-estudantes-da-unifesp-guarulhos/

Carta dos estudantes de História sobre aulas que ocorrem durante a greve

Para além do que é material, há outras possíveis conquistas em uma greve como o fortalecimento da organização política que tal processo nos proporciona. O amadurecimento decorrente da greve traz consigo também a necessidade de posturas mais firmes daqueles que nela se envolvem. Para não deixar passar tal questão, digamos, pois, quem são aqueles que estão envolvidos em um processo de greve e a partir disso, aproveitemos o momento para uma breve discussão sobre o que é soberano e o que é violento.

Muitos dirão que há o direito individual de não fazer greve e de não acatar, portanto, o que por Assembleia for deliberado, uma vez que este espaço responde aos anseios de uma parcela dos estudantes, não do todo. Ainda complementarão dizendo que ocorre uma violência para com aqueles que entram em sala de aula seguindo um princípio do direito individual.

Ora, deveríamos então ceder aos anseios individuais em todos os momentos nos quais nossas posições não são contempladas pelo coletivo? Sabemos, a partir da vivência em sociedade, que esse não é o caminho.

A Assembleia estudantil é o espaço máximo de debates e deliberações que possuímos, é um meio no qual se consegue estabelecer votações sem esvaziamento político. Um espaço de concentração dos anseios da coletividade e por tudo isso, os membros que a compõem a chamam: soberana. É também graças a esse espaço de ampla discussão que os métodos de luta podem ser questionados e outros pensamentos agregados a fim de que se dê uma ampliação da organização estudantil e, por conseguinte, as conquistas por nós almejadas.

Se a Assembleia é um espaço de tamanha soberania porque então o piquete e outras intervenções às salas de aula se fazem necessárias? Porque infelizmente muitos fingem não reconhecer a vontade de uma maioria e para as deliberações serem respeitadas é preciso que se intervenha dentro dos espaços físicos. Nesse sentido, é costume dizer que o direito individual esta sendo corrompido e dai provém a tal violência.

É violento, pois, obstruir salas de aula, mas entrar em aula desrespeitando as deliberações coletivas que acontecem em Assembleia (soberana e aberta) é um ato de liberdade e democracia? Não, sabemos que esse caminho também não é o melhor. A violência e a falta de democracia se dão no dia a dia de uma greve, quando determinados indivíduos (acostumados a agir dentro da coletividade em todas as esferas da sociedade) ignoram os anseios da maioria estudantil e se submetem a “pressões externas”.

Por reconhecermos esta verdadeira violência e ainda corroborarmos a ideia de soberania das Assembleias e a importância de um todo mobilizado é que repudiamos ações que contrariem tais princípios.

Os estudantes não podem se sujeitar a quaisquer “pressões externas” que lhe são colocadas. Uma greve com conquistas e negociações possíveis acontece por meio da organização verdadeiramente coletiva que não prejudique outros colegas utilizando-se do falso argumento do direito individual.

Repudiamos aulas que ocorram durante a greve porque estas sim são um instrumento violento e antidemocrático, uma ação opressiva e que desconsidera tudo que tentamos conquistar. Essas aulas demonstram um desrespeito a coletividade e a negligência para com aquelas que diariamente chamamos “colegas”. A maior manifestação individual possível dentro de um processo como o que vivenciamos atualmente é a utilização de nossas consciências no exame do que é certo ou errado para com aqueles que enfrentam conosco as mesmas dificuldades de transporte, moradia, alimentação e infraestrutura todos os dias dentro dessa universidade.

Por reconhecermos a legitimidade de uma assembleia soberana, com quórum mínimo e amplo espaço para discussão e por respeitarmos as decisões coletivas é que nós, estudantes de História reunidos em Assembleia de Curso no dia 11 de Abril de 2012, repudiamos o ato de “furar greve” por meio de aulas que ocorrem no CEU ou em quaisquer outros espaços e consideramos tal posição violenta e absolutamente antidemocrática.

 Assinam os estudantes de História reunidos em Assembleia de Curso no dia 11 de Abril de 2012.

INFORME – encaminhamentos da reunião dos delegados do Comando de Greve

Na reunião dos delegados do COMANDO DE GREVE, desta 5af, dia 12 de abril de 2012, o movimento encaminhou:

– que a Comissão de Diálogo irá organizar e sistematizar, conjuntamente com os delegados eleitos nos cursos, as especificidades de cada Departamento, a respeito do tema ESTÁGIO-RESIDÊNCIA-LICENCIATURA; tendo em vista elaborar um documento para que o movimento possa deliberar, em Assembleia Geral dos Estudantes, posição sobre o assunto, com embasamento e conhecimento de causa.

– que os delegados eleitos nas Comissões e nas Assembleias de curso, representantes eleitos do Comando de Greve, terão o diálogo e articulação com a Comissão de Mobilização dos docentes em paralisação para atividades conjuntas, levando para os fóruns de decisão amplos, como Plenária Aberta do Comando de Greve ou Assembleia Geral dos Estudantes para deliberar e/ou referendar.

 

COMUNICAÇÃO DO COMANDO DE GREVE

Resposta à Pauta de Reivindicações do Conselho de Entidades da Unifesp e da Adunifesp – SSIND

A Reitoria da Unifesp esclarece à comunidade os questionamento apontados pelo Conselho de Entidades e pela Adunifesp, encaminhados em março à administração central. 

Pauta de Reivindicações do Conselho de Entidades da Unifesp e da Adunifesp-SSIND.

Questões de Infraestrutura e Funcionamento; Questões Organizativas e Financeiras, Emergenciais e de Médio Prazo

Desde o ano de 2010, o Conselho de Entidades da Unifesp e a ADUNIFESP-SSind vêm apresentando um conjunto de reivindicações visando o bom funcionamento e qualidade do trabalho e dos serviços prestados pela Universidade Federal de São Paulo. Nos anos de 2010 e 2011 aconteceram mobilizações em praticamente todos os campi, bem como uma constante atuação do Conselho de Entidades na busca de discussões amplas e democráticas visando a solução dos problemas hoje prementes da nossa Universidade.

Reconhecemos o importante papel que as entidades têm cumprido no processo de consolidação e democratização da universidade pública brasileira, em especial na UNIFESP. 

Após a aprovação do Estatuto, do Regimento e da eleição dos diretores de campi e Unidades Universitárias, cumpriu-se uma etapa fundamental da vida da Unifesp. O PDI também deveria ter representado um espaço importante de debate sobre qual universidade a comunidade Unifesp deseja e fizemos gestões nesse sentido, em vão. Se por um lado a expansão na Unifesp representou o acesso a grande parcela da população estudantil alijada do ensino superior público, por outro lado os problemas de infraestrutura, espaço físico, manutenção e de financiamento não acompanharam com qualidade o seu crescimento e expansão.
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Acontece no campus: Cinemarx

Cinemarx, o cinema sem Mais-valia!

Uma das atividades que ocorre todos os dias no campus é a exibição de filmes no cine improvisado pelos alunos, intitulado de CineMarx. A intenção é promover o debate a a reflexão dos estudantes de forma artística sobre os eixos do movimento estudantil.

Alguns filmes que já foram exibidos:

Terra em transe- Glauber Rocha

[youtube http://www.youtube.com/watch?v=-Y6Nmz4O1t8]

Eles não usam black-tie –  Leon Hirszman

[youtube http://www.youtube.com/watch?v=FrcKaDYO3q4]

Sergei Eisenstein – A greve

[youtube http://www.youtube.com/watch?v=EzPY4vzKwEs]

Fiquem ligados no calendário da greve para saber o horário das próximas sessões.

Carta dos Centros acadêmicos da Unifesp/São Paulo sobre as condições de infra-estrutura do campus

Os Centros Acadêmicos do campus São Paulo da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), vêm, por meio desta, expor sua indignação com a atual situação em que o campus se encontra.

Notamos que há um enorme descaso por parte da Reitoria em relação à infraestrutura. Não temos mais condições mínimas para o bom funcionamento da Universidade. Não temos um restaurante universitário – nosso tão conhecido bandejão – que comporte os usuários e que ofereça condições de higiene e alimentação adequadas. Os internos estão trabalhando sem nenhum auxílio e muitos não conseguem usar o restaurante devido ao tempo de espera na fila, que ultrapassa o curto horário de almoço. Não temos anfiteatros adequados para nossas aulas: faltam cadeiras decentes, há problemas de infiltração, desabamento de tetos, mau funcionamento de instalações elétricas, entre outros. Nossa querida Biblac não atende as nossas demandas: faltam livros, falta espaço, falta ampliar o horário e dias de funcionamento, para que possamos estudar fora do horário de aula. Corremos o risco de perder a Paltex, local em que poderíamos comprar não apenas livros, mas equipamentos mais baratos. A segurança do nosso bairro, que deveria ser Universitário, está muito precária, em menos de um mês houve vários assaltos a estudantes que transitavam por esses quarteirões do “complexo Unifesp”.

Não podemos permanecer alheios a essa situação quase caótica. Por isso, pedimos o apoio das demais entidades da Unifesp, que também recebem os efeitos desse descaso, para que possamos lutar juntos por direitos que ainda não estão garantidos e, sobretudo, lutar para que não percamos tudo aquilo que foi historicamente conquistado. A despeito de tantas “faltas”, esperamos que não falte empenho por parte de todos compõem a Universidade para exigir melhorias.

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Informe: Boletins sobre a paralisação dos docentes

Após decretada a paralisação de uma semana dos docentes, a iniciar dia 12/04, eles se organizaram em GTs – grupos de trabalhos para discutir os eixos de sua mobilização e todos os dias eles tem se reunido para sistematizar e organizar suas ações nesse período.

Foi definido em reunião do GT de comunicação e mobilização, a constar com a presença de um representante da comissão de comunicação do movimento estudantil, que eles sistematizariam as dicussões em pequenos boletins diários a ser encaminhado aos alunos.

Ficou definido pela comissão que esses boletins seriam divulgados em uma sub-página, que pode ser acessada a qualquer momento na coluna lateral do blog.

Nota de esclarecimento: Seção artigos

Devido ao mal-entendido que estava ocorrendo em relação aos artigos publicado no blog a comissão de comunicação votou na última reunião pela criação de uma sub-página dentro do blog oficial do movimento para publicar todos os artigos enviados, possibilitando um melhor debate entre as partes.

Todos os artigos podem ser acessado através da página linkada na coluna lateral.

Compare e Conclua – Cartas Respostas 2010 – 2012

Resposta do Profº Drº Marcos Cezar ao movimento estudantil – 2010

Guarulhos, 03 de novembro de 2010.

Aos alunos do Campus Guarulhos,

Considerando a pauta apresentada pelo corpo discente do Campus;
Considerando as gestões feitas conjuntamente pela Reitoria e pela Diretoria Acadêmica;
Apresentamos a seguinte prestação de contas das negociações levadas a efeito em nome
dos estudantes de Guarulhos:

1)Quanto ao tema transporte:

a)Foi iniciada a compra de dois ônibus para a utilização no trajeto Itaquera-Pimentas e vice-versa. Os ônibusdeverão ser entregues até março de 2011;
b)Já foi instalado e já se encontra disponível a partir de amanhã (04/11/2010) uma linha de ônibus terceirizada que sai da estação Itaquera de metrô e se desloca ao Campus e vice-versa;
c) Obtivemos autorização para manter parte do serviço terceirizado mesmo quando os ônibus comprados forem entregues;
d)Obtivemos autorização para negociar diretamente com a Secretaria Estadual de Transportes a implantação de linhas alternativas ligando estaç