Saiu na mídia – Folha.com

Greve dos alunos Unifesp completa um mês e está longe de acordo

Há pouco mais de um mês em greve, os alunos da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) em Guarulhos (Grande São Paulo) parecem longe de um acordo com a reitoria da instituição.

Estudantes da Unifesp de Guarulhos entram em greve

No último dia 18, parte dos alunos queimou e destruiu centenas de tapumes usados para cercar uma construção, segundo a reitoria. Um prejuízo calculado em R$ 8.000 pela direção da universidade.

Os alunos, por outro lado, dizem que apenas foram retirados os tapumes que já tinham caído após chuvas na região da universidade. Uma pequena cobertura teria sido construída com os materiais recolhidos, uma forma de protesto contra a inércia da reitoria, dizem os alunos.

A direção da Unifesp afirma que registrou um boletim de ocorrência, já que também teriam sido destruídos caibros de contenção e a parede externa do teatro do campus teria sido pichada.

Na última sexta (20), o grupo faz uma manifestação em frente à reitoria. Eles dizem que foram recebidos pela Tropa de Choque da Polícia Militar, que já tinha a garantia de reintegração de posse, caso o prédio fosse invadido.

A greve começou no dia 23 de março e, entre as exigências, os alunos pedem mais ônibus que dão acesso à universidade, mais salas de aula e o arquivamento do processo contra alunos que invadiram a reitoria da Unifesp em 2008.

Eles ainda dizem que a página do movimento no Facebook e um blog alimentado pelos manifestantes foram retirados do ar.

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Nota da comissão de comunicação do comando de greve:

Gostaríamos de esclarecer que o blog não foi tirado do ar, apenas a página do facebook por motivos que desconhecemos.

COMUNICADO DA COMISSÃO JURÍDICA A TODOS OS ESTUDANTES

UNIFESP CAMPUS PIMENTAS
COMANDO DE GREVE – COMISSÃO JURÍDICA
ESTRADA DO CAMINHO VELHO, N. 333
BAIRRO DOS PIMENTAS
GUARULHOS – SP, CEP 07252-312

CONVOCAMOS TODOS OS ESTUDANTES DA UNIFESP CAMPOS GUARULHOS A EXERCEREM SEU DIREITO CONSTITUCIONAL, garantido em nossa Constituição Federal, em cláusula pétrea, art. 5º, que dentre as suas garantias “está a segurança para que se possa fazer considerações a respeito dos nossos governantes, usando a liberdade de palavras e fazendo críticas”, E NA Declaração Universal dos Direitos Humanos, artigo XIX: “Toda pessoa tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e idéias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras.” A COMPARECEREM NO CAMPUS PARA A ASSINATURA DO ABAIXO-ASSINADO REFERENDADO PELA ASSEMBLEIA GERAL NA NOITE DE ONTEM, DIA 25/04/2012.

CONTAMOS COM O APOIO DE TODOS OS ESTUDANTES NO SENTIDO DE FORTALECERMOS NOSSOS DIREITOS HÁ MUITO GARANTIDOS E RESGUARDADOS POR NOSSOS ANTEPASSADOS, FUNDADORES DA NOSSA PÁTRIA.

QUE TODOS ASSINEMOS O DOCUMENTO!

QUE TODOS PARTICIPEMOS DA CONSTRUÇÃO DE UMA UNIVERSIDADE DIGNA, PARA NÓS E PARA A POSTERIDADE!

QUE TODOS UNAM FORÇAS EM NOSSA BUSCA POR UM MUNDO MELHOR!

ESTUDANTES, UNI-VOS EM NOSSAS REIVINDICAÇÕES.

NÓS NÃO SOMOS CRIMINOSOS.

COMUNICAMOS TAMBÉM QUE A ENTREGA DO ABAIXO-ASSINADO EM ANDAMENTO SERÁ SUBMETIDA À DELIBERAÇÃO DA PRÓXIMA ASSEMBLEIA GERAL DOS ESTUDANTES.

ATT.,

UNIFESP CAMPUS PIMENTAS
COMANDO DE GREVE – COMISSÃO JURÍDICA

MANIFESTO DO BARRACÃO CARLOS MARIGHELLA

“É preciso não ter medo, é preciso ter a coragem de dizer. Há aqueles que tem vocação para escravo. Mas há os escravos que se revoltam contra a escravidão.”

Marighella! Marighella! Marighella! Zumbi! Lamarca! Antonio Conselheiro! Maria Bonita! A Classe Operária!

É preciso não ter medo. É preciso destruir a ordem burguesa. Acabar com a Academia. Tomar as ruas. Fazer greve. Ocupar. Explodir a TV. Dinamitar a Bolsa de Valores. Acabar com o capital. É preciso transformar! Não há tempo! Não há tempo de ter medo!

Depredação do patrimônio público? Espaço! Vazio! Construção! Coletiva! Subversão! Cultura! Marginal! Tapumes? Parede! Lona? Teto! Madeira? Fogueira! Martelo! Prego! Calo: Resistência!

Revolução Barracão Carlos Marighella!

(Comando de Greve, 23 de abril de 2012)

Repúdio às Ações Ilegais da Diretoria e Reitoria

Quando a liberdade de divulgar o pensamento [1] se vê ameaçada, isso não traduz uma ojeriza à Constituição? Em termos legais não é uma afronta a direitos universais garantidos pela carta de 1988? Quando são nomeados estudantes e feitos dossiês com textos que visam criminalizar e podar os pluralismos de idéias [2], não denota a desfaçatez com que o jeitinho brasileiro – cordial – se assume ante a legalidade? Quando a letra da lei é utilizada para a garantia de uma pequena fatia poderosa, que se utiliza do discurso legal para perpetrar a mazela com o dinheiro público, não é sinônimo de favorecimento ilícito que põe fim a gestão democrática do ensino público[3]? Quando as universidades que gozam de autonomia didático-científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial [4], não obedecem ao princípio de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, não significa o fim da Universidade pública? Quando a gratuidade do ensino é posta em xeque em estabelecimentos oficiais [5], surge o desmantelamento constitucional. Acaso os cursos oferecidos pela FAP, não promovem isso? Quando oReitor se utiliza do cacete da tropa de choque como forma de dialogo, não significa que subestima a capacidade intelectual de cada discente, tratando-os como animais que não sabem conversar? Quando o acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um [6], não são garantidos numa universidade pela falta de infraestrutura, e nada é feito para consolidação disso, não quer nos dizer que a lei está morta? Quando uma estudante busca as razões para o fim da legalidade perpretado pela Reitoria e seu diretor, entendendo a Constituição, não significa que isso é um desespero pela perda de todos os valores de justiça que foram construídos historicamente? Quando tudo isso ocorre ante nossas vistas, fica apenas uma pergunta parada no ar: Até quando aguentaremos? [7]

[1] Art.206. (I)
[2] Art. 206 (III)
[3] Art. 206 (VI)
[4]  Art. 207.
[5]  Art. 206 (IV)
[6]  Art. 208 (V)
[7]  Esse texto foi produzido, baseando-se nos Artigos 206, 207 e 208 da Constituição e grande parte de seus incisos.

Informe: Atividade cancelada

Não haverá a atividade sobre o movimento Zapatista.

Motivo: O professor Lindomar, que estava entrando em contato com os professores da USP, não conseguiu agendar com eles pra essa semana e tentará algo pra semana que vem.

Atenciosamente

Comissão de Comunicação.

Cronograma de Atividades da Greve – Período de 25/04 à 27/04

Quarta-feira (25/04)

14h-16h: Limpeza do galpão, construção do bolchevão (quadra poliesportiva) e continuação da construção da Horta. Tragam mudas e disposição!

Local: Próximo ao Espaço de Vivência “Carlos Marighella” (barracão)

16h-18h: Plenária do Comando de Greve.

Local: Pátio Central

19h: Assembleia Geral dos Estudantes.

Local: Auditório ou Pátio Central (a confirmar)

Quinta-feira (26/04)

14h-16h: Debate “Rumos da Esquerda no Brasil”.

Local: Pátio Central

16h-18h: Aula Pública sobre o Movimento Zapatista com pesquisadores da USP.

Local: Pátio Central

19h: Apresentação dos candidatos eleitos para os Conselhos Centrais e Congregação do Campus.

Local: Pátio

20h: Plenário do Comando de Greve

Local: Pátio Central

Sexta-feira (27/04)

14h-18h: Reunião das Comissões

16h-18h: Reunião com a Comissão Paritária de Alimentação.

Pauta: Discussão e aprovação do projeto de reforma e ampliação do Restaurante Universitário. Tragam propostas!

Local: Gramado do Puxadinho.

18h: Debate com a Comissão do CAE responsável pela elaboração do Código de Conduta dos Discentes. (a confirmar)

Local: Pátio

19h: Plenário do Comando de Greve.

Local: Pátio Central

Carta de Repúdio a Nota Urgente da Direção Acadêmica da EFLCH.

Carta-Repúdio a Nota-Urgente da Direção Acadêmica da EFLCH.

Acredito estarmos em uma situação em que o melhor fórum para se tratar de questões estudantis passou ser mesmo o judiciário. Sim há prejuízo deliberado ao patrimônio público e é necessário que a sociedade em geral identifique seus autores. Talvez lá os diretores da universidade possam explicar com que pretexto foi colocado tapumes dentro de uma área limpa e plana do próprio campus.

Tapumes esses que normalmente são usados provisoriamente para separar um terreno onde estaria uma obra em andamento, da população em geral, já que exatamente pelo seu caráter provisório e descartável, um tapume é um material de construção de baixo custo e baixa qualidade, sendo feito normalmente de pinus laminado colado, temendo chuvas e intempéries, fato esse que levou a boa parte deste material estar totalmente apodrecido, caído ao chão devido a ventanias e já não cumprindo seu objetivo fictício de tampar o nada, separando-o de coisa alguma, e para piorar, repletos de cupins, esses sim, colocando em risco todo patrimônio de livros que os estudantes sequer tem acesso devido estarem encaixotados eternamente.

Ora, não há no local obra em andamento, nem previsão de seu inicio. Baseado em que, o dinheiro do erário publico foi desperdiçado nesse tipo de estratagema? Para passar ao público incauto, que haveria no local uma construção em andamento? Não senhores, não houve vandalismo. Não somos vândalos, bandidos, saqueadores ou outros adjetivos pejorativos que os valha. Como pode ser visto na “ação fartamente documentada”, não foi feito nenhuma destruição nem uma simulação de construção, foi feito uma construção precária com esses “madeirites”. Construção, diga-se de passagem, semelhante a que vive durante dezenas de anos, boa parte de nossa população e que certamente deve ser melhor local para estudar que em baixo das inexistentes árvores do campus, como já foi proposto cinicamente.

O perigo, senhores, não se encontra nos alunos bruscamente taxados de vândalos. Esses, são seres apaixonados, que sonham em se capacitarem de forma íntegra para que, em troca de uma das mais injustas remunerações do mundo civilizado, formem o futuro de nossa nação. O perigo se encontra na burocracia, onde cada filigrana é observada exaustivamente por autoridades instaladas, no intuito de covardemente se isentarem de qualquer responsabilidade. O perigo se encontra nessas pessoas que se entrincheiram em milhares de normas, que alimentam a vigilância entre seus gabinetes burocráticos. Onde qualquer brecha pode levar a rápida dilapidação do patrimônio publico. Normas essas que agem como os decrépitos tapumes da Unifesp, tampando o vazio das ações, a ineficiência e a falta de coragem pública, dos olhos do restante da população.

A esses senhores deixamos a nossa convicção que sua estratégia da intimidação policialesca “¡No pasarán!”.

Fraternalmente,

Comissão de Comunicação

Saiu na Mídia: Rede Brasil Atual

 

Estudantes da Unifesp, em greve há 33 dias, cobram audiência com a Reitoria

Administração da Universidade Federal de São Paulo ainda não estabeleceu data para audiência com estudantes

Por: Vanessa Ramos, da Rede Brasil Atual

São Paulo – Com 33 dias de greve, os estudantes da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) no campus de Guarulhos pressionam o reitor Walter Manna Albertoni para uma audiência com os alunos a fim de solucionar os problemas apresentados pelo movimento estudantil desde 22 de março, quando teve início o movimento. Na última sexta-feira (20), mais de 300 alunos fizeram marcha até a reitoria e, durante cinco horas de protesto, entregaram carta ao reitor com as pautas de reivindicação e pedido de audiência. Sobre a solicitação, a reitoria informou, na manhã de hoje (23), que ainda não estabeleceu as datas para a audiência com os estudantes, conforme solicitado no documento.

As principais cobranças do movimento são pela construção de um prédio definitivo do campus que abriga a Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (EFLCH), a transparência nos processos burocráticos da universidade, melhorias no transporte e na moradia estudantil no entorno.

Sobre as reinvindicações, no último dia 10 foi entregue uma resposta aos estudantes por meio de carta assinada pelo diretor acadêmico, Marcos Cezar de Freitas. O estudante Jonatas Santiago, representante do movimento estudantil da Unifesp, afirma que não se considera válida a resposta dada Unifesp. “Ela é uma repetição da resposta de 2010. E desde então pouco ou nada foi feito com relação às reivindicações”, diz. 

Entre as cobranças, a construção de um novo prédio é a principal pauta do movimento. Além da reivindicação pelo início das obras, os estudantes criticam que, no final do ano passado, o terreno onde deveria ter sido construído o prédio foi cercado por tapumes da construção civil, de forma que os novos alunos pensassem que a construção estava em andamento, o que, segundo eles, não estava ocorrendo.

Por causa das chuvas constantes, os tapumes caíram. Na última quarta-feira (18), os estudantes, em ato, construíram um prédio de madeira para simbolizar o edifício não construído. Por causa desse ato, a diretoria acadêmica considerou a retirada dos tapumes como depredação do patrimônio público e pretende processar os alunos envolvidos.

Em nota, o reitor Walter Manna Albertoni afirma que “a reitoria apoia e se solidariza com a diretoria do campus e apela aos alunos que as manifestações do movimento estudantil não se transformem em atos de vandalismo ou de danos ao patrimônio público”. Diz, também, que a atual gestão “sempre esteve aberta às negociações, de forma democrática, para atender às justas reivindicações”.

Hoje pela manhã, funcionários que não quiseram se identificar afirmaram que o diretor acadêmico, Marcos Cezar de Freitas, deu ordem aos funcionários acompanhados pela equipe de segurança para que retirem os piquetes dos alunos formados por cadeiras e tranquem as salas de aulas.

Para Santiago, “isso é uma estratégia para provocar o movimento estudantil e futuramente criminalizá-lo. Parece que a intenção deles é fazer com que nós forcemos a abertura das salas e, então, eles possam abrir processo contra o movimento”. O movimento reitera a necessidade do agendamento imediato de audiência pública com reitor.

(http://www.redebrasilatual.com.br/temas/educacao/2012/04/estudantes-da-unifesp-em-greve-por-33-dias-cobram-audiencia-com-a-reitoria/?searchterm=unifesp)