Carta aos docentes da Escola de Filosofia Letras e Ciências Humanas

Seria um jargão a afirmação de que passamos por um “momento histórico” em nosso Campus porque estudantes e docentes paralisaram as atividades acadêmicas ao mesmo tempo. No entanto, trata-se de um fato muito importante nesta conjuntura política. Frente à situação crítica que se apresenta, a maioria dos estudantes presentes à Assembleia Geral na noite de ontem, 18 de abril, votaram pela continuidade greve. Durante o período de mobilização, uma pauta de reivindicação foi discutida e propostas foram elaboradas. No dia 20/04, sexta-feira em frente à Reitoria da Universidade será realizado um ato público em conjunto com os cinco campi, nesta ocasião iremos entregar um manifesto com a pauta de reivindicação e expressar a insatisfação acerca da infraestrutura dos seis campi.

A paralisação dos docentes, entre outros aspectos positivos, criou propostas importantes nos grupos de trabalhos. Neste sentido, participamos dos GTs com a intenção de contribuir de forma propositiva. A nossa luta defende a unidade dos que estudam e trabalham em defesa da universidade pública, das condições de ensino e de trabalho.

Acreditamos que nós, discentes, professores e funcionários temos como reivindicação comum a construção do prédio definitivo. Ele é fundamental para existência de um Campus Universitário e sanará os problemas de falta de salas de aulas, laboratórios, espaço para biblioteca, estudos e locais de trabalhos sem adaptações etc.

Entendemos que a greve é o nosso instrumento de luta para pressionar a diretoria, reitoria e o governo federal para atendimento das reivindicações prioritárias. Mais uma vez manifestamos indignação por não ter o vital para desenvolver as atividades acadêmicas, um prédio que garanta as condições de ensino e de trabalho aos três setores da EFLCH.

Comunicação do Comando de Greve

Guarulhos, 19 de abril de 2012.

CARTA DE ESCLARECIMENTO DO COMANDO DE GREVE

Visto que a Reitoria da Universidade Federal de São Paulo, de forma falaciosa, vem a público alegar que “o movimento grevista interrompeu, temporariamente, as negociações” (vide imprensa, site G1), faz-se necessário esclarecer a posição do movimento deliberado em Plenária Aberta do Comando de Greve, de que o movimento negocia com o Reitor, e não com o Pró-Reitor de Assuntos Estudantis, Prof. Leduíno.

De maneira leviana e claramente oportunista, a Reitoria, que não quer negociar as reivindicações do movimento de Greve de Guarulhos, para dizer que ao recusarmos reunirmo-nos com o Pró-Reitor de Assuntos Estudantis, teríamos interrompido as negociações. Nada mais falso!

É preciso ter clareza de que a negociação poderá ter a participação de “Pró-Reitores”, como em 2010. Contudo, um Pró-Reitor não tem o poder de negociar com o movimento de Greve. E o movimento já se posicionou pela negociação com a Reitoria da Universidade.

Quem interrompeu as negociações? A Reitoria!

Prova disso?

O ato na reitoria, dia 20 de abril, que foi tratada como caso de polícia com um “mandado de intimidação” e com a tropa de choque, em que a carta de reivindicações de Guarulhos foi entregue, o Reitor se recusou a marcar a data de reunião de negociação, inclusive dando as costas aos manifestantes – como pode-se atestar nas filmagens.

Assim, a questão que está colocada é que a Reitoria procura, a cada dia que passa, o enfrentamento, quando vê que sua tática de enrolação não dá certo. Portanto, é a Reitoria que nega sentar para negociar. Ela se recusa em atender as reivindicações e para tentar sufocar o movimento, procura tratar como crime a livre manifestação política dos estudantes.

TODOS AO CAMPUS!

A última Assembleia Geral dos Estudantes, realizada na última 4af, dia 18 de abril, deliberou pela continuidade da greve por tempo indeterminado e por levantar piquetes mais altos e mais fortes que os que estão nas salas.

A Diretoria Acadêmica está trabalhando de forma sistemática para atacar o movimento, enviando através do e-mail institucional, a petição pelo fim da greve, mandando funcionários terceirizados retirarem os piquetes, tomando “medidas judiciais e policiais cabíveis”, para afrontar o movimento e suas deliberações em seus fóruns soberanos.

Por isso, CHAMAMOS TODOS OS ESTUDANTES A IREM AO CAMPUS E FORTALECER AS DECISÕES TIRADAS EM ASSEMBLEIA E RESPONDER AOS ATAQUES DA DIRETORIA ACADÊMICA.

Com isso, o movimento poderá demonstrar que algumas injúrias sem fundamento não intimidará estudantes que estão em greve há um mês por melhores condições de estudo, acesso e permanência. Pelo contrário, dá mais força aos seus anseios e mais disposição de luta.

TODOS AO CAMPUS! Fortalecer os piquetes! Defender a GREVE da ingerência da Diretoria Acadêmica!

Informe dos ataques da Direção da EFLCH e o fortalecimento dos piquetes

Em nota, o Comando de Greve, vem informar que a Direção da EFLCH da UNIFESP, campus Guarulhos, vem realizar ataque às deliberações do movimento estudantil, tratando-o como caso de polícia.

Ainda que não se elenque todos os pontos em que isso ocorre, podermos ressaltar o envio da “petição on-line” pelo fim da greve através de e-mail institucional; a utilização da Direção desta Universidade para acabar com uma GREVE, para além dos meios “legais e legítimos” demonstra-se em e-mail da Diretoria Acadêmica do Campus Guarulhos, quando diz que:

A Direção do campus exerceu seu poder-dever de agir em prol do bem público, sob o risco de, em não agindo, prevaricar. Ao acordarmos, em nossa última reunião da Congregação, com o desbloqueio das salas, assumimos com isso o imperativo de garantirmos aos nossos discentes a segurança de assistirem às aulas e aos nossos docentes a igual segurança de ministra-las. O corpo docente da EFLCH não está paralisado e não está em greve.

E assim, sem respeitar as deliberações de Assembleia Geral dos Estudantes, essa Diretoria garante em desfazer os piquetes, tendo a posse das chaves das salas, e ignorando uma decisão soberana de paralisação das atividades estudantis por tempo indeterminada, e ignorando – ou querendo ignorar – que em última Assembleia Geral, os estudantes deliberaram por realizar piquetes ainda maiores e mais fortes.

É o confronto ou o diálogo e negociação que essa Direção procura?

Portanto, fiquem atentos às ações “judiciais e policiais” levadas a cabo contra os manifestantes, tendo em vista a situação política que vive nosso campus e a Universidade Federal de São Paulo – que, pela sua Reitoria, recebe o movimento grevista com a tropa de choque.

Cronograma de Atividades da Greve – Período de 23/04 à 24/04

2af – 23/04

11h – reunião extraordinária da Congregação. Pauta: “Casos estudantis” [acerca dos processos judiciais e policiais contra estudantes] Local: Sala 8 do campus Guarulhos

12h30 – Reunião da comissão de segurança – PIQUETES

14:00h – Início do planejamento e construção da Horta, próximo ao barracão.

15h – Cine-debate. Cine-Marx. “O apito da panela de pressão”

17h – Encontro de Alunos que são Professores.  Local: pátio central.

19h – Filmagem do Ato e avaliação da passeata. Debate sobre a repressão contra o movimento grevista

22h – Inauguração do “espaço de vivência Carlos Marighella”

3af – 24/04

15h – Construção do bolchevão: quadra poliesportiva na UNIFESP

17h – Debate sobre a abertura dos arquivos da Ditadura Militar c/ Angela Almeida, do grupo Tortura Nunca Mais e Coletivo Merlino

19h – Plenária Aberta do Comando de Greve