Nota sobre o conflito na assembléia

Na assembléia de quinta-feira dia 24 de maio foi votada e aprovada a ocupação da diretoria acadêmica como forma de pressão rumo às conquistas das nossas pautas. No momento da votação uma das signatárias do movimento contraponto estava filmando a assembléia, a intenção de tal ato nós não sabemos. Porém devemos ter em vista que em uma ocupação existem riscos de punições e processos aos estudantes que a constroem e que filmar os estudantes que vão votar por tal ação é algo que pode comprometer a segurança do movimento.

Alguns estudantes foram questioná-la pela filmagem e isso gerou um atrito que se aprofundou em forma de tumulto, não houveram ofensas nem agressões, mas sem dúvida foi uma questão que poderia ter sido muito melhor resolvida em uma conversa na qual seriam explicadas as divergências.

Salientamos que tal ação não foi deliberada pelo movimento e pedidos desculpas caso a companheira tenha se sentido ofendida e que ela esclareça o motivo da filmagem. No mais, estamos abertos a maiores esclarecimentos.

Comunicação da Greve com OCUPAÇÃO

Resposta ao Comunicado aos Estudantes da Diretoria Acadêmica (24/05)

1- Foi concluída a tramitação junto à Prefeitura, dos processos para licitação da construção do prédio central da EFLCH. A publicação será feita nos próximos 15 dias.

– Coloca-se como se esta ação fosse uma novidade, mas vale ressaltar que já houve mais de dois processos de licitação para prédios dos campis novos da UNIFESP, sendo que sua concretização esbarra sempre em questões burocráticas, como a discordância financeira com as empreiteiras envolvidas.

– Ou seja, não há ninguém que possa dar garantias que o prédio central da EFLCH será construído até 2015 (como já foi dito por representantes da reitoria).

2- Locação do imóvel da Estrada do Caminho Velho, 300, pela Prefeitura de Guarulhos por 60 meses. Já estão sendo transferidas as instalações da área administrativa, o que permitirá a liberação de 14 salas para uso acadêmico.

– Novamente fica clara a forma de “tapa buracos” que este governo, com esta proposta de expansão, nos oferece. Prédios de reparos urgentes, novamente sem infra-estrutura.

3- Está em fase de conclusão a avaliação oficial do imóvel da Stiephel a ser locado pela UNIFESP para utilização durante o período de construção do prédio central.

– Foi dito, em reunião com a Comissão de Dialogo, que se reuniu com o Reitor 08/05,  que dali 10 ou 15 dias ele já teria uma resposta efetiva sobre o assunto, o que ele coloca novamente como uma incerteza,

4- Transporte: Em 16/05/2012, fomos recebidos em audiência pelo Governador do Estado, com a presença do Secretário Estadual de Transportes Metropolitanos e do Presidente da EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos).
Nessa ocasião, levamos a necessidade de implantar o sistema de transporte intermunicipal (Campus Pimentas – Metrô).
O projeto que resultou do diálogo EMTU-UNIFESP contempla a necessidade de 80 viagens/dia para cumprir esta demanda. Já está encaminhado o convênio UNIFESP – Governo do Estado necessário à concretização deste projeto.

– NOVAMENTE – nada concreto.

– Não se fala das tarifas.

Lembramos que a forma que o Diretor Acadêmico utiliza para se comunicar, via e-mail institucional, não estabelece um canal efetivo de comunicação, não permite a discussão acerca das providências expostas. Comunicação sem diálogo, de forma unilateral e individual, quando os interlocutores não estão presentes para contribuir para o aprofundamento das problemáticas, pois não há o espaço para a participação como nos debates, discussões, aulas públicas, intervenções, atos, conversas. Expõe assim, a clara a intenção da Direção Acadêmica de massificar e superficializar o necessário debate, com intuito de intervir única e somente apelando para o fim da greve e na “operação de salvação” do semestre. Por fim, voltamos ao mestre Paulo Freire, que na Pedagogia do Oprimido problematiza a questão da Comunicação e dos comunicados:

“Substituí-lo [o diálogo] pelo anti-diálogo, pela sloganização, pela verticalidade, pelos comunicados é pretender a libertação dos oprimidos com instrumentos da “domesticação”. Pretender a libertação deles sem a sua reflexão no ato desta libertação é transformá -los em objeto que se devesse salvar de um incêndio. É faze-los cair no engodo populista e transformá -los em massa de manobra”.

Com relação à Assembleia de hoje (24/05):

Faz-se importante ressaltar que uma assembleia estudantil não é urna de votação. Trata-se de oportunidade única para se debater ideias, aprofundar-se nas discussões, discutir rumos para o movimento, definir ações coletivas, ou seja, é uma ferramenta do movimento em favor de suas articulações, e não do seu término! É uma incoerência dizer que se pode fazer democracia sem discussão. A assembleia é o nosso espaço de debate, onde construímos nosso pensamento, onde ampliamos nossa visão sobre os diversos temas que cabem a nós, estudantes.

Participar de uma assembleia significa querer transformar uma realidade de forma coletiva; para isso é preciso buscar informações, refletir sobre as origens e intenções destas, digeri-las e, por fim, na assembleia, perceber se suas convicções particulares (agora acrescidas de discussão coletiva) são confirmadas, esgotando assim as possibilidades de erro, ou se eram equivocadas ou superficiais, enquanto baseadas em apenas um ponto de vista.

A Mentira está Armada

Unifesp campus Guarulhos: a volta da repressão, vergonha nacional.

 O filósofo americano Noam Chomsky fala, em uma de suas obras (“visões alternativas”) nas estratégias que o sistema (as elites sociais, políticas, econômicas e até religiosas) utiliza para manipular o pensamento das pessoas e assim conformar a opinião geral às suas ideologias.

 1. A estratégia da distração – O elemento primordial do controle social é a estratégia da distração, que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites sociais, políticas e econômicas. é o que Chomsky chama de “armas silenciosas para guerras tranquilas”.

Fotos: reitor com presidenta Dilma; reitor e diretor acadêmico com governador Alckmin.

Estrutura: aluguel do galpão; compra de terreno e construção do prédio e moradia.

Apoio externo: acerto interno no PT de criar a universidade federal do Alto do Tietê e não sair de Guarulhos, resolvendo a disputa com o PSDB (USP) em são paulo..

Factóides: diversos fatos foram plantados com a clara intenção de transparecer violência, desde docentes provocadores que se transformam em vítimas, até situações de jogar estudante contra estudante.

Pauta: Unifesp vai apresentar que a pauta como atendida, portanto, jogam pesado pelo fim de greve – no entanto a principal bandeira de luta (anistia e paridade nas instâncias representativas da Unifesp) esta sendo colocada em segundo plano, uma vez que vai atingir uma pequena minoria de estudantes que estiveram à frente da luta, sendo acusados de “radicais” e com evidente criminalização. Continue lendo

Porque devemos rejeitar a manobra da reitoria e dos antigreve

Os estudantes da Unifesp estão há mais de sessenta dias em greve. O cenário político em que esta greve se desenvolve, no entanto, mudou radicalmente nos últimos dias. Os professores universitários decidiram, em escala nacional, por uma greve pelo atendimento de suas reivindicações e por melhores condições de ensino para as Instituições Federais de Ensino Superior (IFES). Esta greve tem mais de 70% de adesão (principalmente por parte dos professores) e, diante disso,  propostas como aqueles que sugerem o fim do nosso movimento é, queiram os autores da proposta ou não, a tentativa de enfraquecer uma luta nacional em defesa da educação  que tem se fortalecido a cada dia que passa.

O fato de neste momento mais de quatro dezenas de universidades estejam se mobilizando em defesa da educação pública mostra, entre outras coisas, que a decisão dos estudantes de Guarulhos de lutarem e manterem a greve até agora foi um grande acerto. Mostra, inclusive, que não estamos isolados. Os problemas que enfrentamos são os mesmos de dezenas de milhares de estudantes, professores e funcionários e a nossa vontade de lutar, expressa sobretudo na greve, também é a mesma daqueles que agora estão realizando um dos maiores movimentos de luta dos últimos anos nas universidades federais.       Há semanas o número de federais em greve vem aumentando e conjuntamente com a paralisação das atividades acadêmicas estão também as ocupações, em especial ocupações de reitorias.

No quadro específico da Unifesp, temos de todos os seis campi paralisados e apenas o de Guarulhos sem participação dos docentes neste movimento de luta. Em nosso campus quem tem garantido a paralisação das aulas são os estudantes. E os poucos professores da EFLCH que já tem percebido a importância dessa greve estão recebendo pressão de seus próprios “colegas”. Ou seja, em Guarulhos temos a seguinte contradição: no mesmo campus estão reunidos o setor mais combativo do movimento estudantil e a ala mais conservadora dos professores. Esta contradição precisa ser debatida por todos os interessados nas questões políticas da EFLCH e, principalmente, por quem quer que a greve se desenvolva para que possamos conquistar nossas reivindicações.

Como se não bastasse o fato da minoria dos professores de Guarulhos favoráveis a greve terem de convencer os doutores da Humanas quanto à paralisação nacional, há uma parcela de estudantes que, de maneira consciente ou não, querem isolar ainda mais esse pequeno grupo de docentes quando vão à assembleia com o único objetivo de acabar com a greve.

Os docentes não podem furar a greve estudantil e vice-versa     

A associação entre alunos e professores para a realização de aulas é, ou pelo menos deveria ser, um acordo livre onde uma parte respeita a outra. Por isso, durante a greve dos estudantes o movimento diversas vezes insistiu no fato que os professores que tentavam furar greve cometiam um ato autoritário. Se os alunos, por meio de uma decisão soberana de sua assembleia, decidiram paralisar as aulas, o contrato entre as duas partes (docentes e discentes) para que as aulas sejam ministradas foi rompido. E, como em qualquer associação livre deste tipo, a ruptura de uma das partes já é suficiente para o fim do contrato. Ou seja, os docentes não podem obrigar os alunos a irem para as aulas se estes, em um ato político, decidiram paralisar as aulas. Muito menos podem obrigá-los por meio de coerção com chantagens como, por exemplo, punições ou retaliações acadêmicas com aplicação de faltas e reprovação na disciplina. A greve estudantil significa que os estudantes decidiram por uma ausência de aulas, e não por uma ausência às aulas como alguns professores e a reitoria, de forma maliciosa, tentaram insinuar.

Dessa forma, criticamos os professores que tentaram furar a greve e classificamos seus atos como a tentativa de cassar um direito democrático, o direito dos alunos entrarem em greve. Os alunos precisam ter suas decisões respeitadas, sobretudo suas decisões políticas.

O mesmo critério vale para os alunos em relação aos professores. Se os professores decidem pela greve os alunos não podem, sob qualquer pretexto, querer forçar os professores a darem aula. Neste sentido, a continuidade da greve estudantil deve acontecer, entre outras coisas, para que os alunos não desrespeitem a greve nacional dos docentes universitários.

Por isso, qualquer votação contrária à continuidade da greve estudantil, ou seja, pelo retorno às aulas, é, neste momento, um ato antidemocrático porque os alunos estariam furando a greve docente e, pior ainda, um movimento nacional em defesa da educação.

Qualquer pessoa que defenda os direitos democráticos, em atos e não meramente em palavras, só pode conceber o retorno às aulas quando docentes e discentes, por meio de suas decisões políticas, se manifestarem pelo fim de ambos os movimentos de greve. E, mais do que isso, qualquer pessoa que defenda a educação pública, também em atos e não meramente em palavras, só pode conceber o retorno as aulas quando este movimento nacional que surgiu conseguir ser vitorioso e conquistar uma melhor qualidade de ensino para todos.

Fortalecer um movimento nacional em defesa da universidade pública

Além disso, é importante ter claro que uma vez que mais de setenta por cento das universidades federais estão paralisadas, a greve geral já é uma realidade. Àqueles, sejam professores ou estudantes, que se oponham a este movimento não estão furando qualquer greve, mas a greve nacional: é ir contra uma luta que diz respeito não apenas a professores e estudantes, mas que defende questões importantes para todo o País e sua população

Imaginem a cena: um único campus em uma universidade de seis campi com greve estudantil, caminhando para setenta dias de mobilização, encerra a greve dos estudantes sem negociação. No segundo ato da cena, depois de uma votação incoerente, ilegítima e covarde (em relação a abandonar o movimento nacional) todos vão acompanhar pela internet a quantidade de federais beirando os 100% e o número de reitorias ocupadas triplicando.

Uma cena que não cabe à política, somente a um filme de ficção, com um “roteiro-Frankenstein”, pois começo, meio e fim não se encaixam.

Por fim, a assembleia do dia 24 de maio de 2012 da Unifesp Guarulhos tem uma responsabilidade nacional em relação à greve. Os estudantes de Guarulhos deram o ponta-pé inicial na Unifesp e nacionalmente a esta luta. Por que razão devemos abandoná-la agora que ela está se espalhando para todo o Brasil e atinge seu momento de maior intensidade?

Nossa única possibilidade é continuar avançando com a greve!
(A.L.M. e L.N.C. – estudantes da Frente 05 de Maio) 

Entrevista coletiva sobre greve dos professores nas universidades federais

ATIVIDADES DO GOVERNO – 23.05.12: O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, concedeu entrevista coletiva sobre a greve dos professores nas universidades federais. O Ministério da Educação (MEC) informou que as negociações salariais com o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes) começaram em agosto passado, quando foi acertada a proposição de um reajuste salarial linear de 4%, a partir de março de 2012. Entretanto, diante da lenta tramitação do projeto de lei proposto pela Presidência da República ao Legislativo, o ministro Aloizio Mercadante interferiu diretamente junto a presidenta Dilma Rousseff, no sentido de retirar o PL e transformá-lo em Medida Provisória. A MP foi assinada na sexta-feira (11), e publicada no Diário Oficial na segunda (14), assegurando o reajuste de 4% retroativo ao mês de março, além das gratificações específicas do magistério superior (Gemas) e de atividade docente do ensino básico, técnico e tecnológico (Gedbt). Veja apresentação do ministro durante a coletiva de imprensa.

Fonte: TV NBR

Greve de professores universitários é desnecessária neste momento, diz Mercadante

O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, disse nesta quarta-feira (23) que “não há necessidade de greve” dos professores das universidades federais e pediu que os docentes reconsiderem a situação de negociação do plano de carreira com o governo federal e encerrem a paralisação.

Greve de professores nas universidades federais

Foto 23 de 37 – Os professores da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) decidiram, nesta terça-feira (22), entrar em greve por tempo indeterminado Mais Alexandre Durão/UOL

“Por que a greve neste momento? Nós cumprimos o acordo e as negociações estão em aberto e o pequeno atraso não prejudica a negociação. Não há necessidade de uma greve neste momento”, avaliou o ministro. “O governo cumpriu o seu acordo, o atraso se deve a demora da tramitação no Congresso e a negociação esteve sempre aberta. Não há razões para uma greve em maio de 2012”, reiterou.

As negociações entre a categoria e o governo são coordenadas pelo Ministério do Planejamento. De acordo com o ministro, o acordo entre o governo e a categoria previa um reajuste de 4% nos salários dos professores universitários a partir de março deste ano e a criação de um plano de carreira de docente para que tivesse vigência em 2013.

O reajuste havia sido encaminhado ao Congresso por meio de um projeto de lei. Por conta da demora, o governo decidiu enviar uma medida provisória. A diferença entre um projeto de lei comum e uma medida provisória é que medida tem uma tramitação mais rápida que não pode ultrapassar 120 dias para análise e votação tanto na Câmara dos Deputados quanto no Senado.

O ministro disse que incluiu, na medida provisória que estabelece as mudanças salariais, outro projeto de interesse do setor – o que autoriza a contratação direta de professores para dar suporte à rede federal de ensino.

Mercadante afirmou ainda que o prazo legal para estas mudanças no orçamento para as universidades com os gastos com professores é 31 de agosto deste ano, quando o Executivo encaminha o orçamento da União ao Congresso Nacional.

Somente na região Norte, a adesão à greve das universidades federais chega a, pelo menos, 70% do contingente, segundo os sindicatos das categorias.

Questionado sobre as declarações do ministro, o Andes-SN (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior) afirmou que se pronunciaria no começo da noite desta quarta.

Fonte:UOL

Greve dos professores das Federais: Universidade Federal do Sergipe

A greve dos professores da UFS começou a partir de hoje, 17, por tempo indeterminado, pela restruturação do Plano de Carreira da categoria. A decisão foi tomada em Assembleia Geral ocorrida dia 15 de maio.

Os pontos de reivindicação são: Carreira única com incorporação das gratificações (retribuição por titulação) em 13 níveis remuneratórios e variação de 5% entre níveis a partir do piso para regime de 20h correspondente ao salário mínimo do DIEESE (R$ 2.329,35), hoje no valor de R$ 557,51; valorização e melhoria das condições de trabalho docente nas Instituições Federais de Ensino Superior (IFES).

A ADUFS convoca todos para contribuir na construção de uma universidade de qualidade. Participe do Comando Local de Greve – CLG (reuniões segundas-feiras às 9h) por meio das comissões de Infraestrutura (reuniões segundas-feiras às 14h); Comunicação e Eventos (reuniões segundas-feiras às 14h); Ética (reuniões quartas-feiras às 16h); Articulação (reuniões segundas-feiras às 14h).

Confira abaixo a agenda de greve do CLG
21/05 – 9h: Reunião CLG na ADUFS
22/05 – 9h: Debate sobre Previdência Complementar com o Prof. Dr. José Menezes Gomes (UFMA)
24/05 – 9h: Assembleia Geral na ADUFS

Mais Informações sobre o movimento grevista pelo telefone (79) 3259-2021 ou e-mail: clg.ufs@gmail.com

Mais informações: http://www.adufs.org.br/noticias/135-greve-dos-professores-comeca-hoje

MOÇÃO DE REPÚDIO À ATLÉTICA

No dia 10 de maio de 2012, durante assembleia dos estudantes do campus Guarulhos da Unifesp, um membro da Atlética agrediu verbalmente uma estudante do movimento estudantil (M.E.).

Como se não bastasse o ocorrido, esse integrante registrou queixa na Polícia contra as estudantes que se indignaram em forma de um massivo e espontâneo protesto contra a agressão machista. Mais de uma semana após o fato a Atlética ainda não se manifestou a respeito.

Importante lembrar que a Atlética é patrocinada pela cerveja Devassa, que tem uma publicidade altamente machista. Foi com essa publicidade que a Atlética “recepcionou” os calouros esse ano. O que gerou protestos, entre outros em forma de cartazes; quanto a isso a Atlética igualmente não se pronunciou.

Desde o dia 22 de março do mesmo ano os alunos desse campus estão em greve por melhores condições de estudo.            Não é a primeira vez durante a atual greve que as mulheres do movimento estudantil são vítimas de ataques machistas. Na sexta-feira do dia 27 de abril de 2012, quando estudantes tentavam garantir a greve, evitando que houvesse aulas, um tumulto envolvendo professores e alunos contra a greve resultou em uma estudante grevista sendo agredida fisicamente por um aluno antigreve.

O movimento estudantil da Unifesp Guarulhos se originou com o grande número de alunas dirigindo e militando assiduamente nesse movimento. E com o movimento ainda novo a reitoria e seus braços cooptou um grupo para formar a Atlética, com o claro objetivo de esvaziar o M.E.

Já no princípio o movimento se mostrou ser bastante combativo. E esse nascente movimento a cada forte avanço que conquistava, seus componentes, na sua maioria mulheres, recebia frequente repressão.

Assim, do mesmo modo quando uma mulher sofre machismo todas as mulheres também o sofrem, quando qualquer estudante que constitui o movimento estudantil é alvo de qualquer forma de repressão também todo o movimento estudantil é atingido.

Dessa forma, o Movimento Estudantil repudia a Atlética e seus representantes por reprimirem estudantes que se mobilizam, por agredirem as mulheres e por consentirem em seus ataques. Além disso, as mulheres, em especial, devem se auto-organizar e se fortalecer para acabar com o machismo e construir um mundo sem opressão!

FORA ATLÉTICA! FASCISTAS, MACHISTAS NÃO PASSARÃO!  EI, SE LIGA SEU MACHISTA, PORQUE A AMÉRICA LATINA VAI SER TODA FEMINISTA!

Movimento Estudantil da Unifesp Guarulhos, 18 de maio de 2012.

Reocupar a diretoria acadêmica

Depois de mais de sessenta dias de greve, a reitoria da Unifesp tem se mostrado intransigente com o movimento estudantil. Nega-se a abrir negociações e atender as pautas de reivindicações que, entre outras coisas, contêm a construção de um prédio e melhorias nas condições de ensino e permanência. A reitoria, inclusive, se negou até mesmo a comparecer em uma mera audiência pública na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp).

Em primeiro lugar, esta atitude mostra que os dirigentes da universidade estão em total oposição à maioria da comunidade universitária que há anos aponta que as condições atuais da EFLCH são insuficientes e, que a política levada adiante pelas seguidas gestões, estão inviabilizando a continuidade das atividades acadêmicas.

Em segundo lugar, esta intransigência da reitoria precisa ser debatida pelo movimento estudantil que deve, no marco desta luta que vem sendo travada, superar esse quadro, ou seja, impor uma derrota à reitoria e fazer com que seus direitos sejam atendidos.

Porque ocupar

Nesta greve, já tivemos a experiência de uma ocupação e ela deixou várias lições. Mostrou que a ocupação é um método muito mais contundente de pressionar a reitoria, que entrou em um verdadeiro estado de pânico com a atitude dos estudantes e tentou de todas as formas retirar as pessoas da diretoria acadêmica.

Isto ocorre por diversos motivos.

Um deles é o fato de que a greve estudantil, embora já seja um ato político importante conduz, inevitavelmente, os estudantes a certa dispersão. Os estudantes pelo “simples” fato de estarem parados não geram nenhum prejuízo material para a universidade. Diferente de uma greve operária em uma fábrica onde a paralisação da produção se traduz em perdas financeiras.

Por isso, em uma greve de estudantes um dos aspectos fundamentais são as manifestações que ou questionam o regime de poder ou dão visibilidade para o movimento como, por exemplo, atos de rua.

A ocupação por sua vez, também significa que parte da própria administração da universidade passa temporariamente para a mão dos estudantes, o setor mais progressista da comunidade acadêmica. Desta forma, a ocupação é, ao mesmo tempo, uma forma de pressão sobre a burocracia universitária e, no caso da greve da Unifesp, o início de um debate sobre as verdadeiras raízes dos problemas como a falta de políticas de permanência, infraestrutura precária, normas ditatoriais contra a atividade política dos estudantes etc.

Por outro lado, a ocupação também ajudaria a romper o cerco montado pela grande imprensa que não noticia nosso movimento para poupar a prefeitura de Guarulhos, dirigida pelo PT, às vésperas das eleições municipais.

Ocupar quando?

A ocupação é, antes de tudo, uma necessidade do movimento. Não se trata de um mero desejo de um grupo de pessoas. A ocupação seria uma grande resposta contra a reitoria que, cada vez mais, vem buscando minar o movimento e, inclusive, claramente buscando influenciar até mesmo estudantes. Na última assembleia, por exemplo, a diretoria acadêmica de Guarulhos, montou toda uma operação para acabar com a greve. A operação incluiu, entre outras coisas, carta endereçada à casa dos estudantes, disponibilização de ônibus até mais tarde para garantir a presença dos antigreve (curioso é que não notamos a mesma disposição de superar os problemas de acesso em época de aula!), pressão dos professores, entre outras coisas.

Neste sentido, pedir calma e postergar de forma ininterrupta a ocupação da diretoria acadêmica é dar força para a reitoria que, livre da pressão da ocupação da diretoria, pode articular mais facilmente o fim da greve com os professores e alunos que concordam com ela.

Por isso, é preciso reocupar a diretoria o mais rápido possível, na primeira oportunidade em que isto for possível. A ocupação não é uma maneira de garantir a greve e impulsionar o movimento. Trata-se do caminho natural de um movimento que, desde o seu primeiro dia, vem superando diversos obstáculos e ameaças e, em mais de dois meses, derrotou seus inimigos um a um.

A.L.M., estudante da Frente Cinco de Maio